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Dilma foi bem, afirma Lula sobre mudanças nos Transportes

Em sua primeira participação num evento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) após deixar a Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou para defender Dilma Rousseff (PT) sobre a atual crise envolvendo o Ministério dos Transportes.

"Ela foi bem como em qualquer outra situação", disse Lula, que também ironizou a oposição, afirmando que ela "é que nem jogador no banco, fica torcendo para o titular quebrar a perna". Lula participou nesta segunda-feira de um jantar no prédio da entidade junto com 200 empresários de vários setores.

Ele chegou ao local por volta das 20h, acompanhado pela mulher, Marisa Letícia, e pelo médico Raul Cutait, sendo recebido pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaff. Antes do jantar, eles visitaram uma exposição com 41 fotos de seus dois mandatos, além de painel com imagens dos 13 encontros que ele teve na Fiesp durante seu governo. O ex-presidente participou de 13 encontros na Fiesp durante oito anos de mandato, além de receber a Ordem do Mérito Industrial de São Paulo.

Skaff chamou Lula de "estadista" e fez um brinde com o ex-presidente, bebendo cachaça produzida pela empresa do ex-vice-presidente José Alencar. Também participaram do evento Henrique Meirelles, Delfim Neto, Patrus Ananias, Celso Amorim, Miguel Jorge e Josué Gomes da Silva, filho de Alencar.

A queda do ministro dos Transportes

Uma reportagem da revista Veja do início de julho afirmou que integrantes do Partido da República teriam montado um esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina por meio de empreiteiras dentro do Ministério dos Transportes. O negócio renderia à sigla até 5% do valor dos contratos firmados pelo ministério sob a gestão da Valec (estatal do setor ferroviário) e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

O esquema seria comandado pelo secretário-geral do PR, Valdemar Costa Neto. Mesmo sem cargo na estrutura federal, ele lideraria reuniões com empreiteiros e consultorias que participavam de licitações do governo no ramo. Pelo menos dois assessores diretos do então ministro, Alfredo Nascimento (PR), foram afastados dos cargos. Também deixaram suas funções o diretor-geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot, e o diretor-presidente da Valec, José Francisco das Neves.

O PR emitiu nota negando a participação no suposto esquema e prometendo ingressar com uma medida judicial contra a revista. Nascimento, que também negou as denúncias de conivência com as irregularidades, abriu uma sindicância interna no ministério e pediu que a Controladoria-Geral da República (CGU) fizesse uma auditoria nos contratos em questão. Assim, a CGU iniciou "um trabalho de análise aprofundada e específica em todas as licitações, contratos e execução de obras que deram origem às denúncias".

Apesar do apoio inicial da presidente Dilma Rousseff, que lhe garantiu o cargo desde que ele desse explicações, a pressão sobre Nascimento aumentou após novas denúncias: o Ministério Público investigava o crescimento patrimonial de 86.500% em seis anos do filho do ministro, Gustavo. Diante de mais acusações e da ameaça de instalação de uma CPI, o ministro não resistiu e encaminhou, no dia 6 de julho, seu pedido de demissão à presidente.

Fonte: Terra