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PC do Chile pede exumação de restos de Pablo Neruda

O Partido Comunista de Chile (PCCH) solicitará nesta segunda (5) à Justiça a exumação dos restos do poeta Pablo Neruda, com o fim de esclarecer a causa de sua morte.

Segundo confirmou o advogado chileno Eduardo Contreras, que representa o partido, nesta segunda-feira será feito o pedido oficial ante o ministro Mario Carroza, que desde maio passado se ocupa da investigação do caso, depois que um auxiliar de Neruda lhe assegurou que o poeta foi assassinado.

Manuel Araya, motorista e amigo pessoal do Nobel de Literatura (1971), declarou às autoridades judiciais em novembro passado que "Neruda não estava para morrer" e que "foi assassinado" pelo regime militar de Augusto Pinochet (1973-1990).

Araya relatou que, depois do golpe de Estado de 11 de setembro de 1973, a família e os amigos do poeta decidiram transladá-lo até a Clínica Santa María de Santiago por segurança. "Pensávamos que na clínica estaria mais seguro. Nunca pensamos que iam dar-lhe uma injeção e que ia morrer", expressou.

Em seu depoimento, ele afirmou que quando Neruda já estava na mencionada clínica, lhe telefonou para dizer que lhe tinham dado uma injeção no estômago e que estava muito febril.

"Esse maldito veneno matou-o. Ele estava doente de câncer, mas resistia muito bem. Nesse dia, ele estava pendente de sua viagem ao México que ocorreria dois dias depois. Ele não estava mau e não tinha por que ter morrido. O governo militar não queria que saísse do país e por isso o fez", enfatizou.

De acordo com a informação propalada pelo regime militar, Neruda faleceu em 23 de setembro de 1973 na Clínica Santa María devido a um câncer de próstata.

No entanto, informações locais sustentam que o ministro Carroza já obteve os antecedentes do Hospital Carlos Van Buren da cidade de Valparaíso, onde Neruda se tratava a doença e que indicam que o mau estava controlado.

Desde maio passado o Partido Comunista do Chile apresentou uma pedido judicial para esclarecer a causa e circunstâncias da morte do ilustre representante das letras latino-americanas.

O PCCH alegou que constituía um dever moral exigir a verdade sobre o falecimento daquele que foi também militante comunista e destacado representante político do Governo da Unidade Popular de Salvador Allende (1973-1990).

Com Prensa Latina