Sem categoria

Metade das capitais pode ter prefeitos reeleitos em 2012

Em 13 das 26 capitais brasileiras, os atuais prefeitos terão a oportunidade de tentar mais um mandato neste ano. E as chances de vitória são boas. Para especialistas ouvidos pelo R7, com a máquina pública em mãos, esses governantes-candidatos levam vantagem sobre os adversários e saem na frente na corrida por votos.

Para o cientista político José Paulo Martins, da Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), a eleição é o momento em que o prefeito pode apresentar à população o que fez pela cidade no período em que ficou no poder.

“(O prefeito) tem uma facilidade de recursos que os demais não têm. Depende também de como está a avaliação. Se ele tiver um bom índice de aprovação, esse cara é praticamente imbatível. Está reeleito e dificilmente perde, porque ao longo das campanhas (políticas) a tendência é que a avaliação do Executivo melhore. É o momento em que ele pode mostrar suas realizações.

A cientista política Helcimara Telles, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), lembra que em 2008, quando foram realizadas as mais recentes disputas municipais, o índice de reeleição foi de quase 100%. Naquele ano, 20 dos 21 prefeitos que podiam se manter no cargo alcançaram o objetivo.

Casos extraordinários

Entre as 13 capitais, onde pode haver reeleição, estão Porto Alegre, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Na capital do Rio Grande do Sul, o prefeito José Fortunati (PMDB) deve enfrentar a deputada federal Manuela D'ávila (PCdoB), que é bastante popular. Já Márcio Lacerda (PSB), prefeito de BH, pode perder o apoio do PT, pois firmou aliança com o PSDB.

No Rio, o atual prefeito Eduardo Paes (PMDB) deve ser reeleito facilmente de acordo com o José Paulo Martins. Na opinião do cientista político, até o momento, não há nenhum candidato que possa ameaçar o peemedebista. São Paulo está entre as outras 13 capitais onde o prefeito não pode se reeleger, já que Gilberto Kassab (PSD) assumiu em 2006.

Momento econômico

Para 2012, Helcimara aposta em um quadro parecido. Além de todos os fatores que, normalmente, já favorecem o atual prefeitoela ressalta que o bom momento vivido pela economia brasileira, embora não seja um fator tão determinante em uma eleição de nível local, ajuda muito.

“A taxa de reeleição nas capitais, e até mesmo no interior, é alta, sobretudo porque a situação econômica no Brasil tende a ser positiva. Este momento econômico leva os prefeitos a poderem investir mais em obras e na cidade em geral, pois quando o país cresce os municípios recebem mais recursos. É óbvio que isso faz com que o eleitor faça um julgamento positivo, beneficiando os prefeitos que tentam se manter no poder”, afirma.

TV e propaganda

Também joga a favor do prefeito, segundo Martins, a formação e a manutenção de uma base ampla na câmara municipal. Na avaliação do professor, o apoio dos partidos representados no Legislativo da cidade pode garantir mais tempo na propaganda de rádio e TV, pois o espaço é dividido entre os candidatos de acordo com o tamanho das coligações.

“Durante a organização do livro, percebi que mesmo o prefeito mal avaliado, por dispor de mais tempo no horário eleitoral gratuito, consegue mudar a avaliação negativa. O tempo maior sobre os concorrentes permite justificar alguns erros e fazer comunicação das obras e promessas que realizou no mandato. Os concorrentes têm que falar sobre o futuro. É uma coisa mais abstrata. Só vende esperança de mudança, enquanto que o prefeito oferece o passado e o futuro”, concluiu.

De Brasília
Fonte: R7