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China encoraja o uso do iuan e do ien no comércio com o Japão

Num quadro em que a China ultrapassou o Japão situando-se como a segunda maior economia mundial, a Academia Chinesa de Ciências Sociais conclui que “as nações asiáticas precisam de reestruturar os seus padrões de crescimento de modo a reforçar o comércio regional e a cooperação nas áreas monetária e de investimentos, precavendo-se contra a queda de exportações para os Estados Unidos e a União Europeia.”

Em encontro nesta terça-feira (24), em Pequim, o primeiro-ministro chinês Wen Jiabao disse ao primeiro-ministro japonês Yoshihiko Noda que a China está disposta a trabalhar com o Japão para promover o uso de suas respectivas moedas no comércio bilateral.

O Banco Central da China anunciou logo após as conversações Wen-Noda que incentivará o uso da moeda chinesa, o yuan, e de ienes japoneses nas transações entre China e Japão.
O Banco Popular da China (BPC) publicou no seu site que os líderes chineses e japoneses concordaram em reforçar a cooperação nos mercados financeiros locais e em incentivar as transacções financeiras bilaterais.

“Como as implicações da atual crise financeira global continuam a espalhar-se e a complexidade e a gravidade das situações tanto mundial como regional são piores do que o esperado, é necessário e possível que a China e o Japão unam esforços para enfrentar os desafios e aprofundar os laços de reciprocidade em áreas estratégicas”, disse o primeiro-ministro Wen ao primeiro-ministro Noda no Grande Palácio do Povo, em Pequim.

Wen acrescentou que a China também espera acelerar o processo de constituição de uma zona de livre comércio entre China, Japão e Coreia do Sul, bem como impulsionar a cooperação monetária e financeira no leste asiático.

O BPC comentou que a cooperação financeira China-Japão pode ajudar a reduzir os riscos decorrentes de flutuações de taxas de câmbio e os custos de operações comerciais, e incentivou o Japão a fazer investimentos directos em yuan na China. O BPC informou que apoia o desenvolvimento do mercado de trocas diretas em yuan e iene, que vai permitir que as empresas japonesas emitam obrigações em yuans em Tóquio e em outros mercados externos e que aprova um programa experimental de emissão de títulos em yuans pelo Banco do Japão para Cooperação Internacional (JBIC) no mercado de capitais da China.

O Banco Central da China informou, sem dar detalhes, sobre negociações atualmente em curso para que o Japão compre títulos do governo chinês.

Gao Haihong, um estudioso das finanças internacionais na Academia Chinesa de Ciências Sociais, disse num artigo de análise de Economia Internacional que as nações asiáticas precisam de reestruturar os seus padrões de crescimento de modo a reforçar o comércio regional e a cooperação nas áreas monetária e de investimentos, precavendo-se contra a queda de exportações para os Estados Unidos e a União Europeia.

Em Outubro passado o BPC informou que os investidores institucionais e individuais passariam a ser autorizados a fazer investimentos diretos na China em yuans, em consonância com as leis e regulamentos em vigor.

Fonte: ODiario.info