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Trabalhadores realizam onda de protestos pela desoneração da PLR

Cerca de 20 mil trabalhadores metalúrgicos do ABC paulista realizam nesta quarta-feira (21) manifestação pela desoneração do Imposto de Renda na Participação sobre Lucros e Resultados (PLR).

Além dos metalúrgicos, a luta pela desoneração da PLR tem o apoio dos trabalhadores bancários de São Paulo, químicos, eletricitários de São Paulo e a Federação Única dos Petroleiros (FUP). As centrais sindicais também estão unidas pela bandeira.

O ato será realizado na via Anchieta, em São Bernardo do Campo.

Em declaração à imprensa, Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, disse que “a economia brasileira enfrenta desaceleração e há um reflexo sério no setor automotivo. A categoria dos metalúrgicos está sentindo esse efeito. Já foram anunciadas férias coletivas e paralisações por algumas montadoras do ABC", disse Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

"No ano passado, a média de PLR paga pelas montadoras foi de R$ 12 mil, mas cerca de R$ 2,5 mil foram pagos em imposto de renda", conta Nobre. "Se houver a isenção, é mais dinheiro reaquecendo a economia."

Segundo informações dos sindicatos, a desoneração da PLR dessas categorias injetaria R$ 1,6 bilhão na economia.

O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes, reafirmou ao Vermelho que as centrais sindicais estão juntas pela desoneração da PLR.

“Entendemos que a PLR não deve sofrer nenhum desconto, pois este já é realizado no salário. Fazer isso é descontar duplamente do trabalhador e isso nem é justo e nem certo”.

Ele lembra que além da isenção do IR para a PLR, os trabalhadores estão mobilizados pelo fim do fator previdenciário, pela reformulação da política econômica e contra o processo de desindustrialização em curso.

Pesquisa

Dados divulgados na imprensa, nesta segunda-feira (19), pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) estimam que num universo de mais de 700 mil bancários, químicos, petroleiros e metalúrgicos do ABC e de São Paulo o Imposto de Renda sobre a PLR dos trabalhadores cairá de R$ 1,8 bilhão para R$ 251 milhões caso sejam aprovadas as novas regras de tributação.

A medida representaria R$ 1,6 bilhão a mais no bolso dos empregados dessas quatro categorias profissionais. De acordo com o estudo, o IR sobre a PLR dos trabalhadores começa a incidir em ganhos com valor a partir de R$ 1.566,62. A alíquota varia de 7,5% a 27,5% – para valores acima de R$ 3.911,63. A proposta dos sindicatos, com uma nova tabela de alíquotas, estipula que o Imposto de Renda sobre a PLR seja cobrado a partir de R$ 8.000,01.

Ação

De acordo com nota do Sindicato dos Bancários de São Paulo, nesta quinta-feira (22), em São Paulo, pelo menos 5.000 mil bancários devem cruzar os braços durante o período da manhã nas agências da região da Avenida Paulista.

A nota também informou que trabalhadores em 43 locais de trabalho se juntarão ao movimento pela desoneração da PLR.

Em 27 de março, os trabalhadores bancários de São Paulo, químicos, eletricitários de São Paulo e a Federação Única dos Petroleiros (FUP) vão ao Congresso Nacional, em Brasília, entregar material da campanha e pressionar os parlamentares pela aprovação da PLR sem IR.

Com agências