Marinha: concurso escolherá projeto da nova estação na Antártica

Um concurso, aberto a arquitetos brasileiros ou estrangeiros associados a escritórios nacionais, escolherá o projeto para as novas instalações da Estação Antártica Comandante Ferraz, destruída em um incêndio ocorrido em 25 de fevereiro de 2012.

Estação Antártica Comandante Ferraz antes do acidente.
Foto: Agência Brasil

Promovido pela Marinha do Brasil e pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), o concurso foi lançado na manhã desta terça-feira (22), na sede do IAB no Rio de Janeiro, mas o edital só será divulgado no dia 28 de janeiro, quando começa o período de inscrições e que prosseguem até 14 de março, por meio do endereço www.concursoestacaoantartica.iab.org.br.

De acordo com o IAB, o caráter internacional visa promover o intercâmbio de conhecimento entre profissionais de diversos países e estimular a inovação tecnológica. Além disso, para que a estação incorpore todos os requisitos técnicos e ambientais, será exigida a formação de equipe multidisciplinar constituída por especialistas, sob a coordenação do arquiteto responsável pela elaboração do projeto.

“O concurso público de projetos é o melhor caminho na busca da qualidade, o que está de acordo com a dimensão alcançada pela ciência e tecnologia brasileira e, sobretudo pelo papel geopolítico que o nosso país tem construído”, afirmou o presidente do IAB, Sérgio Magalhães, durante a solenidade de lançamento do concurso. Para o comandante da Marinha e coordenador da Comissão Interministerial para Recursos do Mar, Julio Soares de Moura Neto, “esta operação Antártica é a maior atividade logística que já realizamos nos últimos 31 anos do Proantar”. “Com toda a certeza será uma estação moderna, tecnologicamente avançada e com todos os requisitos de segurança”, disse o comandante.

Segundo o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Roberto Cavalcanti, a operação na Antártica representa um expressivo desafio ambiental ao Brasil. A parceria da Marinha com o ministério e outras instituições tem garantido que o país se mantenha adequadamente no continente antártico. “O Brasil vai continuar indefinidamente na Antártica. O que vai ser feito irá capacitar ainda mais e permitir ampliar nossa presença com a colaboração de outros países. Esse projeto da nova estação é um ícone do que o País pode e vai fazer“, avaliou Cavalcanti, que representou a ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira na solenidade.

O desmonte das antigas instalações da estação foi encerrado no último dia 12 de janeiro, data em que o Proantar completou 31 anos. A reconstrução terá início já no próximo verão, de novembro deste ano a março de 2014. Segundo o comandante da Marinha, a verba prevista para a reconstrução é de R$ 100 milhões, mas o projeto executivo é que vai precisar o valor da obra. Essa estimativa foi feita de acordo com as últimas experiências internacionais equivalentes.

Localizada na Península Keller, no interior da Baía do Almirantado, Ilha Rei George, a Estação Comandante Ferraz começou a operar há 28 anos, para estudos do ambiente antártico, por meio do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), programa de pesquisas do governo brasileiro. A estação queimada pelo fogo tinha 2,6 mil metros quadrados de área construída, com laboratórios, oficinas, garagens para embarcações, biblioteca e enfermaria.

A comunidade científica que utiliza a base é formada por estudiosos de diversas áreas do conhecimento, como oceanografia, meteorologia, biologia, geologia, química e arquitetura. As ações do governo brasileiro na Antártica atendem ao acordado no Protocolo de Madri, relacionado ao Tratado da Antártica sobre Proteção do Meio Ambiente, segundo o qual a região é designada como “reserva natural, consagrada à paz e à ciência”.

As pesquisas realizadas na estação destinam-se à compreensão dos fenômenos naturais do ambiente local e sua repercussão global, particularmente no Brasil. O continente influencia diretamente no equilíbrio climático de todo o planeta, constituindo-se num laboratório natural, onde é possível estudar e desvendar alguns dos segredos da atmosfera, dos mares e da vida na Terra.

Fonte: Blog do Planalto