Altamira reúne 3 mil em protesto batizado de “Direitos Já”

Mais de 3 mil pessoas participaram na tarde de quinta-feira (27) do ato “Direitos Já”, na cidade de Altamira, Pará. A ação, inspirada pelas grandes mobilizações que tomam conta do país, cobra os direitos da população frente às injustiças cometidas com a construção da barragem de Belo Monte, em especial o cumprimento das chamadas “condicionantes”.

As condicionantes são medidas mitigadoras de impactos que a Norte Energia, dona do empreendimento, é obrigada a cumprir, mas que estão com o cronograma atrasado em relação às obras da barragem. Exemplo de atraso nas condicionantes é um hospital que deveria ter sido construído há mais de um ano em Altamira e o reassentamento urbano – que ainda não se iniciou.

A ação foi construída pela iniciativa de entidades como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Levante Popular da Juventude, a Pastoral da Juventude, a União da Juventude Socialista (UJS), Sindicato dos Professores e Xingu Vivo, além de estudantes universitários e secundaristas. A concentração teve início na concha acústica, na orla do rio Xingu, e seguiu pela cidade até a sede da Aciapa, onde integrantes do Governo Federal receberam a pauta de reivindicações. Os manifestantes exigem uma audiência pública popular e a instalação de uma Comissão Popular de Participação e Fiscalização.

A luta continua

Nessa sexta-feira (28), os manifestantes vão se reunir novamente para pressionar o governo a marcar a audiência pública. A concentração será na concha acústica. De lá, a marcha seguirá rumo à Aciapa, onde integrantes do governo federal, inclusive o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, estarão reunidos em atendimento às demandas dos sindicatos rurais da região.

“A população de Altamira está cansada de sofrer com as obras da barragem. Tudo por aqui piorou com a chegada do chamado ‘progresso’ que a barragem ia trazer, a cidade virou um caos. Por isso viemos pedir nossos direitos já: saúde, educação, moradia digna, segurança, respeito aos trabalhadores, tudo que é de direito

Fonte: Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)

(texto e foto)