Encontro Internacionalista avalia política externa do PCdoB

O Encontro Internacionalista do PCdoB foi realizado nesta sexta-feira (5), na sede do Comitê Central em São Paulo, com a participação de vários membros e a fala do presidente nacional Renato Rabelo, do secretário de Relações Internacionais, Ricardo Alemão Abreu, e da presidenta do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) e do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes, no âmbito da política externa progressista e das atividades do Partido nas relações internacionais.

Encontro Internacionalista do PCdoB - Portal Vermelho

O evento foi iniciado com um balanço das atividades internacionalistas do PCdoB desde 2011 e da preparação para o 13º Congresso do Partido, em novembro, com a proposta de teses centrais a serem apresentadas ao Comitê Central.

O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, ressaltou a importância do balanço dos 10 anos de governos progressistas com base em uma estrutura de três temas de análise: o caráter das mudanças empreendidas; o papel e a contribuição do Partido nesse processo; e a perspectiva da necessidade de uma nova arrancada para mais desenvolvimento e mais progresso social, para a transição ao socialismo, conforme o programa do PCdoB.

Rabelo diz que o Encontro Internacionalista tem um papel importante para o Partido: “Hoje, o PCdoB tem uma atividade muito intensa e ampla na relação com os partidos irmãos no mundo inteiro, com partidos progressistas, populares e anti-imperialistas”.

Por isso, explica o presidente, “um encontro como este é importante para compreendermos a fase atual que nós alcançamos, com base no balanço que vem sendo feito, para que possamos ir mais adiante, aperfeiçoando a nossa atividade, procurando definir com mais amplitude a nossa política externa partidária, para que a gente possa conseguir êxitos ainda maiores”.

O encontro também é tido como importante para o Partido justamente pelo patamar em que ele se encontra, explica Rabelo, pois “esse estágio é produto de um trabalho que vem sendo feito ao menos há duas décadas”.

Solidariedade internacional e processo progressista

De acordo com Ricardo Alemão, “é preciso consolidar o processo progressista na América Latina, pois não se trata de um processo irreversível, e várias bandeiras têm sido usadas na ofensiva da direita”. Por isso, torna-se ainda mais importante reafirmar a luta socialista na região e fortalecer governos patrióticos e progressistas, anti-imperialistas.

As atividades do Partido, das fundações e institutos com os quais trabalha e a realização de fóruns transversais sobre as relações internacionais foram ressaltadas como fundamentais para o seu empenho internacionalista, assim como as missões de solidariedade internacional em que participa e organiza, seja a Cuba, à Síria, à Palestina ou à Colômbia, por exemplo.

  Foto: Portal Vermelho

  O secretário de Relações Internacionais do PCdoB, Ricardo Alemão Abreu, e a presidenta do Cebrapaz, Socorro
   Gomes, no Encontro Internacionalista do Partido, na sede do Comitê Central, nesta sexta (5)
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Neste sentido, a presidenta do Cebrapaz e do Conselho Mundial da Paz (CMP) Socorro Gomes explicou a luta dos povos pela paz e a solidariedade internacional como uma bandeira revolucionária e anti-imperialista, recordando o lançamento do Cebrapaz no país, no contexto das manifestações de rua contra a invasão do Iraque, em 2003 e 2004, expressando um “internacionalismo popular”.

“A paz, a solidariedade e o anti-imperialismo são os três eixos da nossa atuação”, explica Socorro, sumarizando as bandeiras atuais contra a guerra (inerente ao imperialismo e à crise capitalista) e a luta pela paz, em defesa da soberania dos povos.

Socorro ressalta algumas das atividades recentes do Cebrapaz: na Colômbia, em 2012, no âmbito da libertação de reféns pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc); na integração regional;na questão da Síria; na articulação de movimentos pela paz entre os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul); na campanha pelo desmantelamento da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan); e contra as bases militares, principalmente em Guantânamo, Cuba.

Ainda assim, diz a presidenta do Cebrapaz, “o movimento precisa de parcerias, precisa ser ampliado, e a luta pela paz conta principalmente com os trabalhadores”.

Por Moara Crivelente, da redação do Vermelho