"Hezbolá combate guerra de existência, não de privilégios"

O secretário-geral do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, disse que o Partido combate na Síria uma guerra pela existência do Líbano, da Síria e da Palestina, não guerra por privilégios privados.

Na cerimônia em memória do mártir comandante Hassan Lakkis, no complexo de Sayyed Shohadaa, Sayyed Nasrallah disse que facções takfiri sírias ameaçam agora todos os que se opõem a eles e enfrentam também lutas internas.

"A guerra não ameaça minorias, mas todos os sírios e os libaneses de todas as seitas", acrescentou Sayyed Nasrallah. "A maioria dos soldados do Exército Sírio é sunita. Essa não é uma guerra sectária".

"O Hezbolá está sendo falsamente acusado de todos os problemas libaneses por causa da participação na guerra síria", afirmou. "O Hezbolá manterá sua participação na guerra síria, apesar de todas as essas acusações".

O secretário-geral do Hezbolá conclamou o Movimento 14 de Março a parar de apostar no fim da guerra do Hezbolá na Síria.

"O Hezbolá não tem qualquer objeção em revelar o número de seus mártires na Síria, e os que tentam atingir o Hezbolá com campanha de propaganda antagonista desrespeitam os mártires e suas famílias. Nossos mártires nos honram. Nossos mártires são nossa dignidade”, repetiu Sayyed Nasrallah. "O Hezbolá não comprometerá a resistência e a participação na guerra síria, pensando em obter poder no Líbano. Nossa guerra na Síria trava-se em seu próprio contexto estratégico e não visa a obter ganhos locais".

Sayyed Nasrallah alertou ainda contra as tentativas de algumas potências regionais, de atacar a segurança e a estabilidade libanesas, porque "elas fracassarão. Todos os libaneses devem estar conscientes, para enfrentarem esse perigo takfiri".

Sobre as questões políticas do Líbano, Sayyed Nasrallah conclamou à formação de um governo de unidade nacional, que será responsável por todos os libaneses.

O líder do Hezbolá entende que as eleições presidenciais serão grande oportunidade para que o povo libanês prove que é povo soberano, quando eleger livremente um novo presidente, na hora aprazada.

"Nesse caso, dia 25 de maio não será só o Dia da Libertação e da Resistência, mas também dia da independência e da soberania verdadeiras. Todos os partidos políticos devem trabalhar para preencher o vácuo que se vê na posição do presidente, e o Hezbolá tem seu candidato forte", pontuou.

Para o secretário-geral do Hezbolá, a mudança de tom na Declaração de Trípoli é grave escalada na retórica política libanesa. Disse que entende que haja duas interpretações possíveis para aquela declaração: "a primeira, é que visa a cortar todas as vias de diálogo com o Hezbolá e iniciar uma guerra contra nós, e isso é clara conclamação para nos matar e nos excluir. A segunda é que o Movimento 14 de Março quer enfraquecer o Hezbolá, mas está obrigado a respeitar seu próprio público que se comunica conosco, mesmo depois de eles nos terem acusado".

Sobre os ataques terroristas contra o exército libanês, Sayyed Nasrallah disse que "são mais perigosos que as outras explosões que atingiram o país", e que o Hezbolá não fez qualquer declaração oficial sobre os ataques, para não ser acusado de os estar explorando.

Sayyed Nasrallah conclamou todos os partidos a proteger o exército libanês que protege o Estado, a segurança e a estabilidade no Líbano.

Acompanhe a íntegra de seu discurso (em inglês)

Com informações do blog Redecastorphoto e tradução da Villa Vudu