Conselho Nacional dos Direitos da Mulher elege nova diretoria

As novas conselheiras do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), que vão atuar entre 2014 e 2017, foram empossadas nesta terça-feira (20). A cerimônia foi conduzida pela ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Eleonora Menicucci, que preside o CNDM. A União Brasileira de Mulheres (UBM) foi a segunda entidade mais votada para permanecer no Conselho e será representada pela professora Lucia Rincon.

Lucia Rincon - Arquivo pessoal

Lucia é militante feminista desde o início da década de 80 e foi uma das fundadoras da UBM em 1985. Comunista, atua no movimento sindical sempre voltada às políticas para a emancipação e empoderamento da mulher. Em 1985 foi a 1ª coordenadora da Comissão de assuntos da Mulher do Sindicato dos Professores de Goiás, foi pioneira no cargo também na Confederação dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino (Contee).

Esta já é a segunda gestão do Conselho que Lucia representa a UBM, ela foi indicada pela entidade a primeira vez em 2008. Para ela, o CNDM é “mais uma frente de trabalho para ajudar a construir as políticas emancipacionistas da mulher”. Ela vê esta conquista da UBM como uma forma de “legitimar o valor da participação dos movimentos sociais” na sociedade civil organizada.

Além da militância, Lucia dedica seu trabalho à liberdade, emancipação e empoderamento das mulheres na construção de uma sociedade mais igual e democrática. Ela é doutora em Educação, Gênero e Mídia e tem um livro publicado sobre o tema: “Imagem de mulher e trabalho da telenovela brasileira: a força da educação informal e a formação de professores”.

Nesta terça-feira (20), as conselheiras aprovaram duas notas de repúdio, uma sobre o sequestro das mais de 200 meninas nigerianas por um grupo extremista do país e outra sobre o assassinato de uma escrivã de polícia no Maranhão.

O CNDM foi criado em 1985, quando era vinculado ao Ministério da Justiça, com o objetivo de pensar políticas que acabassem com a discriminação contra a mulher e promovessem sua participação no cenário político, cultural e econômico brasileiro. Desde 2003, o conselho é parte da Secretaria de Políticas para as Mulheres e conta com representantes da sociedade civil e do Governo.

A nova composição tem como característica uma maior diversidade na representação das mulheres brasileiras, com duas entidades de mulheres lésbicas, uma de indígenas e, pela primeira vez, uma que abarca travestis e transexuais.

Congresso Nacional da UBM

A UBM realiza seu congresso nacional entre os dias 4 e 6 de junho em Brasília. A atual coordenadora nacional da entidade, Elza Campos, conta que a mobilização está muito grande em todo o país, diversos estados estão fazendo congressos municipais e elaborando propostas para os estaduais que serão abordadas neste grande debate nacional.

Ela explica que atividades envolvendo mulheres sempre têm mais dificuldades, por uma série de motivos, inclusive muitos que são combatidos pelas entidades feministas. “A mulher ainda lida com a dupla jornada de trabalho, isso dificulta a participação nos espaços de debate, mas ainda assim estamos vendo muita disposição e uma mobilização grande para o Congresso Nacional da UBM”.

Este ano o tema do congresso é “Mais poder e mais democracia para as mulheres para o Brasil avançar”. A tese da entidade levanta 11 questões importantes, que defendem, entre outras bandeiras, a democratização dos meios de comunicação, os direitos reprodutivos das mulheres, a reforma política com objetivo de aumentar a participação feminina e o combate à violência contra a mulher.

Mariana Serafini, da redação do Vermelho