PM de SP fará inquérito sobre violência contra manifestantes

A Polícia Militar (PM) de São Paulo instaurou nesta sexta-feira (13) um inquérito para investigar possíveis abusos praticados na repressão dos protestos contra a Copa do Mundo realizados na véspera. Os manifestantes fizeram atos na zona leste paulistana, próximos à Avenida Radial Leste e às estações Tatuapé e Carrão do metrô. Os locais são parte do caminho para chegar ao estádio do Corinthians, onde foi realizada a abertura do Mundial.

O ouvidor das polícias do estado de São Paulo, Julio Cesar Fernandes Neves, considerou a ação policial “desproporcional, lamentável e inaceitável”. “Principalmente a atitude de um dos policiais militares, que demonstrou sadismo ao lançar spray de pimenta nos olhos de um manifestante que já estava totalmente dominado”, destacou.

A ouvidoria acionou a Corregedoria da PM e o Ministério Público para que investiguem os possíveis abusos. Para Neves, não houve respeito ao direito das pessoas se manifestarem. “A gente acredita que foi uma atitude deliberada da polícia, desproporcional e brutal contra essa manifestação”.

O secretário estadual de Segurança Pública, Fernando Grella, defendeu a operação policial. “Os fatos que se cogitam como possíveis abusos serão tratados em um inquérito policial militar, que o comando já abriu, como faz rotineiramente. Mas os relatos que temos é que não houve abusos. A polícia agiu corretamente, usou a força proporcionalmente aos atos de violência para manter a ordem pública”, disse, em entrevista coletiva.

O comandante da Polícia Militar, coronel Benedito Roberto Meira, ponderou, entretanto, que no caso do manifestante que foi atingido com spray depois de dominado, parece ter havido excesso. “Naquele momento em que o manifestante estava desarmado, imobilizado, a utilização do gás pimenta não era necessária”, ressaltou.

Com Agência Brasil