Copa prova que São Paulo é um grande palco para os megaeventos
Um balanço apresentado pela Prefeitura de São Paulo mostrou que a cidade está preparada para receber os megaeventos e, além disso, integrar os habitantes com os visitantes e as três esferas de governos: municipal, estadual e federal. Em coletiva de imprensa no Sindicato dos Jornalistas da capital paulista, a vice-prefeita Nádia Campeão apresentou os números relativos ao Mundial de futebol.
Por Mariana Serafini, da redação do Vermelho
Publicado 17/07/2014 12:24
De acordo com Nádia, os principais objetivos do governo da capital paulista ao sediar a Copa eram: desenvolver a Zona Leste, região onde foi construída a Arena Corinthians; potencializar o turismo de cultura e lazer, tendo em vista que tradicionalmente São Paulo é utilizada para turismo de negócio e eventos e aprimorar a governança entre as três esferas de governo, municipal, estadual e federal.
O projeto de mobilidade urbana para levar os torcedores até a Arena Corinthians foi realizado de forma exitosa, tanto que as quatro mil vagas de estacionamento disponíveis nem chegaram a ser todas ocupadas. De acordo com dados da CTPM, a média de torcedores por dia de jogos no Expresso Copa – trem que fez o trajeto até o estádio em 19 minutos – foi de 28,5, o que totalizou 171 mil pessoas. Já o Metrô foi responsável pelo transporte de 174 mil passageiros, o equivalente a 29 mil por dia de jogo. Isso sem contar o fluxo normal dos habitantes da cidade.
A maioria dos turistas entrevistados pretendem voltar à capital paulista para outras programações de lazer e cultura, mas desta segunda vez a ideia é trazer amigos e família. Durante os 30 dias de evento a cidade recebeu 541.78 turistas. Destes, 320.282 brasileiros e 221.498 estrangeiros. Já a Arena Corinthians acolheu 375.593 torcedores durante os seis jogos, isso representa 11,14% do total das 12 cidades-sede. A Fan Fest teve um público de 568.247 pessoas, e as demais exibições públicas divididas em bairros 47 mil.
As visitas nos principais atrativos turísticos da cidade aumentaram em 20% durante os dias do Mundial, entre os escolhidos dos turistas estavam a Avenida Paulista, o Museu do Futebol e o Parque Ibirapuera. Já a frequência nos bares e restaurantes cresceu 80%, o ponto que mais lucrou foi a Vila Madalena.
O Centro de Apoio de Mídia, localizado no centro da capital, recebeu 1.769 jornalistas, destes, 648 estrangeiros. Muitos profissionais de imprensa viajaram para as cidades-sede mesmo sem ter cadastro para realizar a cobertura de dentro dos estádios e os centros de apoio se tornaram QG’s para essas pessoas.
Para a vice-prefeita este balanço prova que a cidade está preparada para receber megaeventos, e além disso, atender bem aos habitantes durante as atividades que constantemente movimentam a metrópole. “Nós conseguimos integrar os moradores e isso é um grande ganho, as pessoas perceberam que é melhor ir ao estádio utilizando o transporte público, isso é uma coisa que vai ficar para os próximos jogos na Arena Corinthians, além dos eventos em Interlagos e outras atividades realizadas pela cidade”.
Nádia acredita que o legado da Copa em São Paulo é a preocupação social que foi potencializada neste período e seguirá neste ritmo; a gestão integrada, tanto das secretarias municipais quanto das demais esferas de governo; a adesão dos moradores aos megaeventos; o fomento ao turismo de cultura e lazer e os investimentos realizados na Zona Leste.
Zona Leste, uma cidade dentro da cidade
A Zona Leste da capital paulista, se fosse desmembrada poderia ser considerada uma das cinco maiores cidades do país. A região conta atualmente com 4 milhões de moradores, o equivalente a 35% do total da cidade e gera 16% do total de empregos. Diariamente cerca de 2 milhões de habitantes se deslocam para outras áreas para trabalhar ou estudar.
A Copa gerou 6 mil empregos diretos e 20 mil indiretos na Zona Leste. Muitos operários foram formados no canteiro de obras, 256 em cursos técnicos profissionalizantes e 53 em alfabetização para adultos.
A área recebeu uma série de obras para melhorar a vida dos habitantes, entre elas viadutos, passarelas, um novo complexo viário, praças, iluminação pública e reforma dos terminais de ônibus. Para a execução do complexo viário foi necessário fazer 26 desapropriações e 8 remoções. As oito famílias removidas – viviam embaixo de viadutos – foram realocadas e irão morar em apartamentos novos a partir de novembro deste ano, quando será inaugurado o Conjunto Habitacional São Francisco.