“Vamos votar com consciência, paz e amor no coração”, conclama Dilma 

Neste domingo (28), realizou-se na Rede Record o penúltimo debate na TV antes das eleições de 5 de outubro. Novamente a presidenta e candidata à reeleição Dilma Rousseff foi alvo de ataques grosseiros e caluniosos pelos demais candidatos. Dilma se mostrou firme e coerente, na defesa de suas propostas e posições.

Debate na Record - Reprodução

Logo na abertura do debate, Dilma defendeu o direito à Previdência Social e apresentou o que seu governo já fez para o crescimento da cobertura aos inativos. “Aumentamos muito a cobertura previdenciária no Brasil: passamos de 37 milhões de pessoas para uma cobertura de quase 67 milhões.” Hoje, 67% dos aposentados que estão na faixa de benefícios de um salário mínimo tiveram aumento real (acima da inflação) de 71% nas suas aposentadorias de 2003 até 2014. “É muito importante assegurar esse que é um dos maiores patrimônios do povo brasileiro: o direito à previdência”, afirmou.

CPMF

Na primeira oportunidade, Dilma indagou a candidata Marina Silva (PSB) sobre seu voto contrário à CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), um tributo cuja destinação exclusiva era o financiamento à saúde. No último debate a candidata do PSB afirmou que tinha votado a favor da contribuição. Dilma apontou que na realidade Marina votou contra. "Me estarrece que a senhora não se lembre de que votou quatro vezes contra a CPMF", disse a presidenta. E agregou: “Governar requer firmeza, coragem, posições claras e atitude firme. Não dá para improvisar”.

Corrupção e crime organizado

Dilma reafirmou sua posição sobre o tema: “Ao longo da minha vida tenho tido tolerância zero com a corrupção. Não varro nada para debaixo do tapete”.

“Pretendo mudar as regras jurídicas de forma que o governo federal possa atuar no combate ao crime. Esse combate é essencial. O crime atua coordenadamente, enquanto as forças de segurança atuam de forma desorganizada. O governo federal quer modificar esse quadro criando Centros de Comando e Controle em cada estado. Só assim combateremos o crime organizado”, disse Dilma, ao lembrar que é a única candidata que apresentou cinco propostas concretas de combate à impunidade.

Petrobras

“Dei autonomia à Policia Federal para prender o senhor Paulo Roberto [Costa] e os doleiros todos, o que não acontecia nos governos anteriores [do PSDB]. Defendo a apuração dos atos de corrupção para fortalecer a Petrobras, e não para enfraquecê-la, tornando álibi de uma privatização. Eu combato a corrupção para fortalecer a Petrobras. Vocês usam as denúncias para enfraquecê-la.”

Privatização da Petrobras

A presidenta lembrou o discurso de Aécio Neves na Câmara dos Deputados, em 1997, em que defendia que chegaria a hora de privatizar a Petrobras. Dilma perguntou ao candidato se está no radar privatizar a estatal, mas o candidato tucano se esquivou da pergunta. E Dilma alfinetou: “Aécio, é eleitoreiro dizer que vai reestatizar a Petrobras, vocês que venderam parte das ações a preço de banana e quiseram tirar o “bras” [do nome] para vendê-la para os estrangeiros”.

Economia

Em outro momento, Dilma retrucou Aécio ao falar do desempenho da economia no governo tucano e disse que “o povo tem memória e se lembra de que vocês [durante o governo de Fernando Henrique Cardoso] quebraram o Brasil por três vezes, praticaram as maiores taxas de juros da história”. A presidenta lembrou que em determinado momento a taxa de juros foi de 45%, enquanto seu governo reduziu as taxas de juros. “Hoje elas são as menores da história, a taxa de desemprego naquele tempo era de 11,7%”, rememorou Dilma.

Direitos humanos

A candidata Dilma também defendeu os direitos humanos. Quando questionada sobre a diminuição da maioridade penal, Dilma disse que “a melhor solução para os menores é punir a quadrilha que usa os menores para diminuir suas penas”.

Compromisso com os trabalhadores

Em suas considerações finais, Dilma reafirmou que preparou o Brasil para um novo ciclo de desenvolvimento e instigou todos à reflexão sobre quem tem experiência para mudar mais, e compromisso verdadeiro com os trabalhadores.

“No próximo domingo vamos às urnas para decidir o que queremos para o futuro do Brasil. Nesse momento, todos devem se perguntar quem tem mais capacidade e experiência para manter o que conquistamos, mudar o que é preciso e fazer mais. Quem tem força e apoio político para fazer as reformas que o Brasil exige. Quem enfrentou a pior crise internacional, aumentou empregos, salários e investimento. Quem tem firmeza para projetar o Brasil no cenário mundial. Quem preparou o Brasil para novo ciclo de desenvolvimento, com emprego e salário adequado e colocando educação no centro de tudo. Reflita sobre todas as questões, e você vai fazer a melhor escolha. No próximo domingo, vamos votar com consciência, paz e amor no coração. Humildemente peço seu voto. Muito obrigada por tudo.”

Alvo de ataques, a presidenta Dilma Rousseff solicitou quatro vezes direito de resposta, dentro das regras do debate. Foi atendida apenas uma vez. Em coletiva após o debate dos presidenciáveis, a presidenta Dilma disse que gostaria de ter mais tempo para responder aos questionamentos e acusações dirigidos a ela: “Fui o centro do debate. Era muito justo que a mim dessem o direito de responder as críticas feitas”.

Da Redação do Portal Vermelho