2015 será de um Brasil com mão de obra mais qualificada, diz ministro

O ministro da Educação, Henrique Paim, em entrevista à revista CartaCapital, fez um balanço de sua gestão e afirma que o cenário para 2015 será de um Brasil com mão de obra mais qualificada.

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“Tivemos um crescimento grande de matrículas no ensino superior nos últimos anos, praticamente dobramos de 2003 a 2013. Isso reflete políticas federais como o Prouni, o Fies e a expansão das universidades públicas, especialmente das federais. Aumentaram as oportunidades educacionais, o que certamente se reflete no interesse dos jovens de estudar mais”, pontuou Paim.

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Segundo ele, de 2003 a 2014, a população de 18 a 24 anos teve uma queda de 5%, mas na população economicamente ativa [PEA] a proporção do segmento caiu 23%. “De 2010 a 2014, o número de jovens caiu 3%, enquanto na PEA caiu 16%.

“Teremos uma ampliação da qualificação da mão de obra, o País necessita disso. Um conjunto significativo dessas novas vagas, tanto privadas quanto públicas, é voltada para cursos tecnológicos. Em 2011 tivemos uma mudança importante na trajetória do número de ingressantes no ensino superior. Os cursos da área tecnológica ultrapassaram cursos como Direito, uma novidade. O reflexo para a economia é muito positivo. Com uma mão de obra mais qualificada, vamos melhorar nossa produtividade no trabalho. No médio e longo prazos, teremos um incremento no valor agregado dos nossos produtos, o que vai permitir um maior crescimento de renda e de PIB”, disse.

Para Paim, os investimentos e o aumento do acesso ao ensino superior mudaram as perspectivas dos jovens brasileiros. “Houve uma mudança de imaginário dos jovens e das famílias brasileiras. Hoje, mais gente pode sonhar em ter um curso superior. Os brasileiros estão vendo que para avançar socialmente é preciso estudar mais, uma mudança de mentalidade que só ocorreu devido à ampliação das oportunidades proporcionada pelo governo”, enfatizou.

Brasileiros querem estudar mais

Paim salientou que o Brasil mudou a sua mentalidade e os brasileiros querem estudar mais. “Temos uma outra perspectiva de país, de um país mais desenvolvido, uma mão de obra mais qualificada. É um fenômeno importante que tem de ser registrado”, afirmou.

Ele destacou que as vagas nas universidades federais triplicaram entre 2003 e 2013, aumentando de 120 mil para 360 mil. “Todo esse crescimento foi acompanhado de um processo muito forte de inclusão social. Elas passaram por uma mudança de fisionomia de seus estudantes, hoje temos mais estudantes oriundos de escolas públicas, negros, indígenas. Os críticos diziam que teríamos queda de qualidade. Não ocorreu isso, pelo contrário. As federais têm avançado nos indicadores de desempenho. Nas privadas, tanto no Prouni quanto no Fies, nós temos controle dos cursos, eles obrigatoriamente têm de ter um desempenho satisfatório”, disse o ministro.

Ele enfatiza que foram criados mecanismos de regulação para promover a qualidade do ensino. “Temos critérios muito mais rígidos. Mas precisamos ampliar os instrumentos de controle. Por isso queremos criar uma entidade reguladora, o Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação da Educação Superior”, completou.

“Mas vaga não é um bom indicador. Quando eu trabalho com instituições privadas, nem todas as vagas aprovadas [no Prouni, no Fies] são utilizadas. O melhor é observar o número de matrículas. Nas matrículas totais, saímos de 3,5 milhões para 7,3 milhões, considerando instituições privadas e públicas. Nas federais também dobrou, de 500 mil para um milhão”, destacou Paim.

Da redação do Portal Vermelho
Com informações da CartaCapital