Mãe de criança morta no Alemão quer processar líder do Afrorregae
Terezinha Maria de Jesus, doméstica de 36 anos, mãe de Eduardo de Jesus Ferreira, 10, morto durante ação policial no conjunto de favelas do Alemão, afirmou na noite desta quarta-feira (15) que irá processar o fundador da ONG Afrorregae, José Júnior, que declarou no Facebook ter recebido informações que diziam que o menino morto pela polícia seria bandido.
Publicado 16/04/2015 16:33
"Eu só vou falar com vocês uma coisa, que eu só quero mandar um recado para o José Junior, o líder do Afroreggae, que ele colocou na internet que o meu filho é bandido, que criança morta de 10 anos no Alemão é bandido. Eu quero dizer que bandido é ele. Meu filho não é bandido. Meu filho é uma criança que estudava, que tinha projeto na escola", disse Terezinha à reportagem do G1.
"Como é que ele bota umas coisas dessas na internet sem saber quem somos nós?", questionou a mãe de Eduardo. "Meu filho é uma criança inocente que morreu inocentemente", afirma Terezinha.
A postagem de José Júnior foi editada após a polêmica, afirmando que a informação sobre o menino ser bandido era falsa. Mas após a repercussão negativa ela foi apagada. Veja as postagens abaixo:
Após revolta dos internautas, José Junior edita a publicação:
Apoio ao Aécio: Coerência?
O líder da ONG gerou polêmica nas últimas eleições quando apoiou a candidatura do tucano Aécio Neves à Presidência da República. O candidato derrotado nas eleições é a favor da redução da maioridade penal. No ambiente das comunidades carentes das quais ele se auto-intitula "representante", apoiar um candidato de direita significa tapar os olhos para toda a infância e juventude que morre assassinada nas periferias de todo o país, vítimas do próprio destino e da violência que as cercam.
A família, que enterrou Eduardo de Jesus na última segunda-feira (6), no município de Corrente, interior do Piauí, diz não ter vontade de regressar ao Rio de Janeiro.
Por Laís Gouveia, do Portal Vermelho, com Brasil 247