Rodoviários do DF entram no segundo dia de greve geral

O Distrito Federal amanheceu parado nesta segunda-feira (8), o mais de 12 mil rodoviários da capital entraram em greve e não têm data para terminar. Como não houve negociação, a paralisação, que foi decidida em assembleia, continuou nesta terça-feira (9). Eles exigem 20% de reajuste salarial, 30% de aumento no vale-alimentação e plano de saúde familiar. As empresas oferecem apenas 8,34% de reajuste nos salários.

Assembleia dos rodoviários do DF - Sittrater

O Tribunal Regional do trabalho determinou que 70% dos ônibus devem circular em horário de pico e 50% no entrepico. No entanto, devido à dificuldade de negociação com as empresas – que começou em abril, os rodoviários não acataram a determinação.

O secretário de Mobilidade do DF, Carlos Tomé, afirma que a postura do executivo é apenas de acompanhar as negociações entre a categoria e a empresa porque o transporte público não é mais de responsabilidade do Estado. "Ao contrário de outras categorias, os rodoviários não são funcionários do Governo do Distrito Federal. Entendemos desde o início das negociações que esse é um debate que precisa ser feito entre patrões e empregados. […] O GDF tem se mantido em uma posição de neutralidade nessas negociações justamente por entender isso", declarou.

Em entrevista ao G1, o motorista Marlon Santos, que precisa usar o transporte coletivo diariamente para ir ao trabalho contou que tinha esperanças no atual governador, Rodrigo Rollemberg (PSB), mas já se decepcionou. "Votei nesse governo com a expectativa de as coisas melhorarem, mas só pioram. Minha mulher nem foi trabalhar. Homem dá um jeito de ir prensado no ônibus, mas mulher não tem como", declarou.

Já o comerciante Gilberto Vaz contou que, apesar das dificuldades que a paralisação do ônibus causam, a população entende e apoia a causa dos rodoviários. "As pessoas procuram qualquer jeito para trabalhar. Eles reclamam dos efeitos da greve, mas entendem o posicionamento dos motoristas", disse.

O vice-presidente do sindicato dos rodoviários, Jorge Farias, afirmou que a categoria vai continuar a paralisação, mas cumprindo a determinação judicial de manter 70% dos ônibus em circulação nos horários de pico.