Samuel Pinheiro: Papel do Brics como protagonista da economia mundial

Na manhã desta terça-feira (20), o embaixador brasileiro Samuel Pinheiro Guimarães, foi o convidado especial do debate sobre a Desigualdade Econômica no Brasil e no Mundo promovido pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) em parceria com a Fundação Perseu Abramo (FPA).

Samuel Pinheiro Guimarães

O evento, que ocorre ao longo da semana, das 9 horas às 13 horas, em São Paulo, é apresentado pelo economista Marcio Pochmann, presidente da FPA.

No debate, Samuel Pinheiro Guimarães, comentou com ironia o acordo de comércio, patentes e direitos autorais que inclui Estados Unidos, Japão, México, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Malásia, Cingapura, Vietnã, Brunei, Chile e Peru, intitulado Tratado Transpacífico, TPP na sigla em inglês.

“As classes dominantes brasileiras estão em polvorosa. Queriam tanto entregar alguma coisa. Como não foram convidados para o banquete? É um problema geográfico importante”, observou Guimarães, já que o Brasil não é banhado pelo Oceano Pacífico.

Na avaliação do embaixador, o acordo, que depende ainda das aprovações dos parlamentos para entrar em vigor, significa o acesso dos Estados Unidos a recursos naturais e ao comércio de outros países. Segundo ele, para o Brasil, é fundamental fazer força junto aos Brics e ao Mercosul. “É importante está em bloco por conta da influência. Por isso, a relevância de um bloco sulamericano”, opinou.

Para Samuel Pinheiro, “a China é a nova fronteira de expansão do capitalismo” e o Brics tem um papel de protagonismo na construção de um novo cenário hegemônico na economia após a criação do seu Banco.

“Foi importante porque o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional são mecanismos de controle de países periféricos”, disse.

Política externa brasileira

O embaixador comentou ainda sobre as políticas externas dos governos Lula, em que fez parte, e da presidenta Dilma Rousseff.

“O Lula já tinha grande experiência internacional. Ele adquiriu um traquejo. Como sindicalista, ele participou de muitos congressos internacionais. A Dilma não tinha essa experiência”, comentou. “Mas basta ler os editoriais dos jornais para saber se a política externa dela é correta”, brincou.

“No governo da Dilma, nas decisões importantes, ela tomou as decisões certas”, finalizou ao lembrar os episódios da entrada da Venezuela no Mercosul, o cancelamento da viagem aos EUA após descobrir que era espionada pela NSA e o prestígio que a presidenta dá ao grupo Brics.

Os debates sobre desigualdades tiveram início na segunda-feira (19) e vão até sexta-feira (23), sempre das 9 horas às 13h., na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Segue abaixo mais informações e a programação dos debates para os próximos dias:

21/10 – Desigualdade no território nacional
Convidado especial: João Pedro Stédile (MST)
Apresentação: Marcio Pochmann
Coordenação: Marijane Lisboa (Sociologia/PUC-SP)
Debatedora: Carmen Junqueira (Antropologia/PUC-SP)

22/10 – Desigualdade nas Classes Sociais
Convidado especial: Eduardo Fagnani
Apresentação: Marcio Pochmann (Economia/Unicamp)
Coordenação: Ana Amélia da Silva (Sociologia/PUC-SP)
Debatedor: Lúcio Flávio Rodrigues de Almeida (Política/PUC-SP)

Serviço
De 19 a 23 de outubro de 2015
Horário das 9 às 13h
Local Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
Auditório 239, 2º andar, Prédio Novo da PUC
Rua Monte Alegre, 984, Perdizes
Inscrições: [email protected]

Assista ao vivo: