Veja faz exaltação sem disfarces à FHC

Ao promover sua capa deste fim de semana nas redes sociais, a revista Veja, da Editora Abril, fez sua declaração de amor eterno e incondicional ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Fernando Henrique Cardoso (FHC)

"Nunca na história deste país, se sentiu tanta falta de um ex-presidente", dizia a mensagem promocional da revista.

O saudosismo parece não levar em conta alguns fatos que marcaram a era FHC, tais como o desemprego recorde, o apagão de energia e a tríplice quebra do País, que, em três ocasiões, se viu forçado a recorrer, de pires na mão, ao Fundo Monetário Internacional. Um coquetel melancólico que rendeu ao ex-presidente níveis baixíssimos de aprovação popular.

O pretexto para a homenagem é o lançamento de um livro com os "diários de FHC", que, mais do que exaltar os feitos do PSDB, também se presta ao trabalho permanente de ataque ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Lula está enterrando a própria história. Todo mundo faz escolhas erradas, mas ele as faz persistentemente. Ainda agora. Eu acho uma pena", diz FHC, sobre o sucessor, que, ao contrário dele, deixou o Palácio do Planalto com os maiores índices de aprovação popular já registrados.

Na mesma entrevista, FHC sinalizou que seu caminho preferido para o golpe contra a presidente Dilma Rousseff não é o impeachment, mas sim a cassação da chapa Dilma-Temer, via TSE.

"O PSDB pediu ao TSE a cassação. Isso vai acontecer? Eu não sei. Isso vai depender de investigações. O Brasil é um país que amoleceu muito ao que diz respeito à lei", afirma.

Segundo ele, se houver comprovação de recursos de corrupção na campanha, será necessário anular as eleições. "O PSDB apostou mais nisso, não no impeachment", admite FHC.

No entanto, ele afirma que se o impeachment prosperar, terá o apoio tucano.