Publicado 18/11/2015 12:33
A afirmação foi durante uma visita a Cuiabá, Mato Grosso, no último dia 13. Enfatizando o pensamento de parte da elite brasileira, Bolsonaro disse que o Brasil é um país miscigenado e, por isso, não deve haver o que ele chama de “privilégios para determinadas pessoas”.
“Não sou contra negros”, fez questão de dizer. “A minha briga é contra cotas. Somos um povo miscigenado, somos iguais e não podemos criar privilégios”, frisou.
Para defender os interesses dos grandes latifundiários, Bolsonaro defendeu o que ele chama também de “integração dos índios aos brancos”, pois, na avaliação dele, o país corre risco ao reservar grandes áreas de terra aos indígenas. Resumindo: integrar e manter as terras indígenas democraticamente sob o domínio dos latifundiários.
“Temos uma área maior que a região Sudeste demarcada para índios e os índios devem ser integrados a nós. Criamos em 1985, no final do governo [José] Sarney, o projeto Calha Norte para vivificar o Norte do nosso país e agora está demarcada como terra indígena. Estamos perdendo toda a região Norte por pessoas que não querem se inteirar do risco que estamos tendo de ter presidentes índios com borduna nas mãos”, declarou.
Ainda segundo ele, a destinação de áreas para comunidades indígenas é o “prejuízo para o agronegócio”, além de prejudicar outros interesses comerciais.
“A política ambiental é péssima em nosso país. Se quiser fazer uma hidrelétrica, em Roraima ou no Vale do Ribeira, por exemplo, é impossível, tendo em vista a quantidade de terra indígenas, quilombolas, estação ecológica, parques nacionais. Tem que colocar um fim nessa política xiita que está sufocando o Brasil”, afirmou o parlamentar, enquanto defende o estrangulamento dos direitos da população negra e indígena.
Em entrevista à Centro América FM, Bolsonaro também resolveu destilar o seu ódio aos refugiados ao afirmar que se trata de uma estratégia do atual governo para se perpetuar no poder com a suposta ajuda de imigrantes.
“São 44 mil haitianos no Brasil e a Dilma Rousseff escancarou a porta para os refugiados do norte da África, por volta de 11 mil cubanos que têm seus familiares como reféns em Cuba [se referindo-se aos médicos cubanos que vieram voluntariamente participar do Mais Médicos]. Não podemos nos esquecer que esse pessoal que, após a cassação do governo João Goulart, por parte do Congresso Nacional, sumiu do Brasil e grande parte foi para Cuba”, bravateou.