Polícia indicia sete envolvidos no esquema de corrupção em Furnas 

A Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou neste sábado (27) sete suspeitos de corrupção e lavagem de dinheiro na estatal Furnas Centrais Elétricas.

Roberto Jefferson - Wilson Dias

Entre os indiciados no relatório encaminhado hoje ao Ministério Público, está o ex-deputado federal Roberto Jefferson, por lavagem de dinheiro, além de empresários e lobistas. De acordo com a titular da Delegacia Fazendária, Renata Araújo, o esquema, que ficou conhecido como "lista de Furnas", era feito entre 2000 e 2004.

Ainda segundo a Polícia Civil, um dos responsáveis pelo esquema era o então diretor de Planejamento, Engenharia e Construção, Dimas Fabiano Toledo, que foi beneficado pela prescrição do crime, por ter mais de 70 anos. Dimas Toledo foi beneficiado pela prescrição do crime, por ter mais de 70 anos;

Dimas foi indicado para uma diretoria na empresa pelo atual senador Aécio Neves (PSDB-MG); numa das delações da Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef afirmou que recolhia para o ex-deputado José Janene um mensalão de Furnas da ordem de US$ 100 mil; em outra delação, o lobista Fernando Moura afirmou que Aécio pediu ao PT que mantivesse Dimas na diretoria de Furnas na transição entre os governos FHC e Lula; Roberto Jefferson também já admitiu ter recebido recursos de Furnas.

Por meio de nota, a Polícia Civil explicou que há indícios de superfaturamento de obras e serviços por Furnas, durante as construções das usinas termelétricas de São Gonçalo, no Grande Rio, e Campos, no norte do estado. O dinheiro era usado para financiar ilegalmente campanhas políticas e enriquecer agentes públicos, políticos, empresários e lobistas.

A ação começou na Justiça Federal, mas acabou sendo passada para a Justiça Estadual, pelo fato de Furnas ser uma empresa de economia mista e pelo desvio de fundos envolver obras de usinas dentro do estado do Rio. Estima-se que o dinheiro desviado ilegalmente para campanhas chegue a R$ 54,9 milhões.