Dilma e Lula reafirmam a importância da unidade para governar o país

Lula e Dilma reafirmaram a importância da unidade política para enfrentar as armadilhas jurídicas e políticas impostas por setores da direita, que, com uma campanha midiática, vêm promovendo um verdadeiro linchamento à sigla do PT. Em carta enviada neste sábado (27) ao evento de aniversário de 36 anos do Partido dos Trabalhadores, Dilma salientou que estará ao lado do ex-presidente em todas as batalhas; na sequência, Lula afirmou que “o problema da Dilma é um problema nosso”.

Lula e Dilma

A presidenta Dilma Rousseff defendeu neste sábado (27) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT. Em carta destinada aos militantes, para ser lida na festa de 36 anos do partido, no Rio de Janeiro, ela parabeniza a legenda e destaca ter orgulho de empunhar a bandeira vermelha com a estrela branca. O texto foi lido pelo presidente do PT, Rui Falcão.

Dilma disse que o partido enfrenta “tempos difíceis”. “Há um ataque sistemático aos pilares de nosso projeto de desenvolvimento para o Brasil. Ataque ao nosso maior militante, o presidente de honra Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente Lula é um patrimônio político do nosso país que vem sendo atacado de forma injusta.”

A presidenta afirmou que será solidária a Lula e estará ao seu lado “em todas as batalhas”. Segundo ela, o PT está sendo criminalizado, com base em uma “moralidade seletiva”, por pessoas que estão fazendo “uma luta política com base em factoides, mentiras, insinuações e fofocas”. “Querem, por todos os meios, interditar as ações e iniciativas do meu governo. Não me farão recuar.”

A leitura da carta foi interrompida por gritos dos militantes de “Não vai ter golpe”.

Dilma não pôde comparecer ao evento comemorativo de aniversário do PT, pois viajou ao Chile na sexta-feira (26) e retornou no final do sábado para Brasília. Neste domingo (28), Dilma não tem compromissos oficiais.

Lula faz a defesa de Dilma 

O ex-presidente Lula fez um “desabafo”, como ele mesmo disse, em discurso na noite deste sábado (27) durante a festa de aniversário da sigla, reflexo da campanha de linchamento que vem sofrendo da grande mídia. À militância, ele se defendeu das acusações de que tem um sítio em Atibaia (SP) e um triplex no Guarujá – “só se eu tiver um triplex do Minha Casa, Minha Vida, porque é um triplex de 200 metros quadrados” –, fez críticas ao Ministério Público e ao promotor Cássio Conserino e apelou para que os petistas apoiem a presidenta Dilma Rousseff, “porque ela não vai conseguir resolver os problemas sozinha”.

“O problema é nosso. É meu, é seu, e todos os brasileiros. Temos de assumir essa responsabilidade. Falar o que tem de falar, porque partido não precisa concordar sempre com governo. Mas saber que estamos juntos. Por mais que haja discordância de alguma coisa, o lado da Dilma é o do povo”, ressaltou o ex-presidente.

“O povo brasileiro quer emprego, salário, inflação baixa e ter um dinheirinho pra gastar com a família. E nós estamos vivendo um momento difícil. A culpa não é do governo, é de uma conjuntura mundial”, ponderou Lula. “O povo sabe que foi o PT que levou a tantas conquistas na última década. Foi o projeto que mais investiu em educação, que mais pôs comida na mesa do povo, que fez 40 milhões ascenderem socialmente, levou energia a 12 milhões de brasileiros”, relembrou.

Campanha de difamação e 2018

Lula falou ainda sobre a campanha empreendida por parte da mídia e setores do Judiciário contra o PT e a honra do próprio ex-presidente. “Não podemos criminalizar qualquer pessoa que seja por causa de manchetes. Hoje, neste país, há um partido que se chama Globo, um partido que se chama Veja. Mas se eles quiserem voltar ao poder, têm de aprender a ser democráticos e respeitar os resultados das eleições.” Lula, que relatou os ataques diários sofridos por ele desde janeiro do ano passado, garantiu que não se intimidará. “Se for necessário, se vocês entenderem necessário para defender este projeto, que está sob ataque, em 2018, eu, com 72 anos, volto a disputar a eleição”.