Silvia Borelli, professora da PUC-SP, relata violência da PM paulista

A professora Silvia Borelli, do Departamento de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, (PUC-SP), narrou os momentos de pânico vividos por centenas de estudantes na noite desta segunda-feira (21), quando foram tratados com truculência pela polícia, por se posicionarem, de forma democrática, contrários a outro ato que ocorria a favor do impeachment de Dilma Rousseff. 

Na PUC, polícia reprime com violência ato contra o golpe

Em sua página do Facebook, a professora relata o corrido na PUC. Confira abaixo:

“Meu relato resulta de compilação do que vi, ouvi e troquei com professores, alunos e funcionários

Espero que outras informações possam ser agregadas a este relato:

Por volta de 18h30, um caminhão/trio elétrico se instalou em frente à entrada do campus, com poucos ocupantes no topo, 5 ou 6 pessoas; por volta de 19h começaram a tocar e repetir (e repetir…) o Hino Nacional e convocavam para uma manifestação a favor do impeachment, com palavras de ordem em consonância ao script proposto; além de outras palavras de ordem, pouco condizentes com a história e a legitimidade de uma Universidade como a PUC-SP.

O pedaço contou também com a presença de um contingente significativo de policiais militares.

Alguns estudantes, professores e funcionários foram para a rua, outros se instalaram na escada de acesso ao prédio e uma grande multidão ocupou todas as sacadas dos cinco andares.

Palavras de ordem ao microfone do trio elétrico, a favor do impeachment, contrapostas por um enfático coro de “não vai ter golpe” vindo de vários lugares, de dentro e de fora da Universidade.
Na rua, os dois grupos estavam separados por policiais da PM, saudados e louvados, “em verso e prosa”, pelos adictos ao impeachment…

Com poucas adesões, estimativas flexíveis, em torno de 30 a 70 pessoas, entre eles alguns moradores dos arredores, que afirmavam ser “paneleiros”, e com o aumento dos manifestantes contrários ao golpe, o trio elétrico se foi e, pasmem (!!!), imediatamente a Polícia Militar começou a atirar bombas (pimenta? Lacrimogêneo? Apenas e tão somente em direção aos puquianos contrários ao impeachment).

Praça de guerra instalada, corre, corre, quedas, olhos e vias aéreas contaminados, medo, terror! E pessoas, até agora, sob os efeitos das bombas e deste tremendo absurdo!”