PCdoB do Pará comemora vitória do Partido já na campanha eleitoral 

A dois dias das eleições municipais de 2016, os candidatos a prefeito de Belém aceleram o ritmo da campanha. E, nesse cenário, o presidente estadual do PCdoB do Pará, Jorge Panzera, comemora a atuação do Partido antes mesmo da apuração dos votos. Após um jejum de 24 anos, os comunistas lançaram um candidato à Prefeitura de Belém – o deputado estadual Lélio Costa – e participam das eleições deste ano em 108 dos 144 municípios, em todas as regiões do estado. 

PCdoB do Pará comemora vitória do Partido na campanha eleitoral - Reprodução da internet

Entre um e outro compromisso de campanha, que demonstra a dimensão do esforço político do Partido no estado, Panzera deu entrevista, por telefone, ao Portal Vermelho, quando anunicou “a retomada das nossas atividades e o esforço de apresentar um projeto para cidade, aproveitando que Belém completa 400 anos, mas está no abandono, o PCdoB afirmou um novo olhar para a cidade.”

Ele explicou que durante a campanha “o PCdoB não se restringiu ao debate sobre a cidade, mas foi uma voz importante na defesa da democracia, na luta contra o golpe, em defesa dos direitos dos trabalhadores.” E que “vai se afirmando como uma força política de esquerda, enraizada no povo, e deve colher importante vitória; e vai se preparando para em 2018 retomar sua presença na Câmara dos Deputados, ampliar seu espaço na Assembleia Legislativa e participar da disputa maior do poder político do Pará.”

Panzera destaca que a campanha majoritária em Belém é feita “sem descuidar para o projeto da manutenção da nossa bancada para Câmara dos Vereadores. Temos dois vereadores e queremos manter essa composição. Estamos com chapa própria de 53 candidaturas de gente do povo, sindicalistas, mulheres, jovens, comerciantes, todos os segmentos da sociedade, chapa que tem boas condições de eleger os dois vereadores.”

Redução da democracia

Panzera faz sérias críticas as novas regras eleitorais, que, segundo ele, restringiu a participação do povo. “Essas novas regras deram seguimento a um ciclo de mudança nas regras eleitorais de outras eleições. É um processo de tirar o povo da campanha, aparentemente a cidade fica mais limpa, mas fica sem debate, sem disputa, sem espaço para apresentação de projeto. Faz parte do ciclo de redução da democracia”, analisa o líder comunista, para quem “eleição deve ser um momento de liberdade.”

E denuncia que as novas regras foram aprovadas sob o pretexto de coibir o poder econômico, mas não surtiram o efeito desejado, porque, segundo ele, o caixa dois está sendo institucionalizado e há o uso da máquina pública e do dinheiro dos poderosos. “Prevaleceu a ausência da democracia e da isonomia dos candidatos, o que vai prejudicar a escolha”, afirma Panzera.

No interior, a situação ainda é mais difícil. Panzera diz que “ali os currais eleitorais e o poder econômico se sobressaem com mais força porque há dificuldade de controle e fiscalização; as oligarquias são fortes e se confundem com o aparato de polícia e o judiciário.”

Municípios emblemáticos

O presidente estadual da legenda destaca que o PCdoB colocou nas ruas da capital e em 108 dos 144 municípios, mais de 600 candidatos a vereador, 10 candidatos a prefeitos e 14 a vice-prefeito, “o que representa importante crescimento do Partido, em disputas políticas importantes contra poderes econômicos muitos fortes.”

E cita vários casos como a candidatura em Breves, de Sidiclei Miranda, “que vai se firmando como uma alternativa a dois grupos políticos que sempre monopolizaram o poder na cidade”, conta Panzera, destacando ainda o caso das cidades de São Gerardo do Araguaia e Brejo Grande do Araguaia, duas cidades que foram palcos da Guerrilha do Araguaia, movimento liderado pelo PCdoB na década de 1970 de combate à ditadura militar.

“É uma candidatura importante e simbólica em São Gerardo do Araguaia, palco da Guerrilha do Araguaia, por que além da liderança e capacidade política do Professor Alex, ele é filho do sindicalista Gringo, que foi assassinado em 1980, e Alex representa a continuidade da luta dos trabalhadores do campo”, destaca Panzera, citando ainda o caso de Brejo Grande do Araguaia, também placo da Guerrilha do Araguaia,onde a candidatura de Carlão, do PCdoB, reúne uma frente ampla de forças políticas, ameaçando a tentativa de reeleição do prefeito Baxim.

A expectativa do PCdoB no Pará é de dobrar a bancada de 22 vereadores eleitos em 2012. Na avaliação de Panzera, “é um crescimento importante e o maior projeto político eleitoral do PCdoB no estado, com quase 600 candidatos em 108 municípios, em todas as regiões do estado, que é muito grande, povoado em todo o seu território.”

“Nós temos candidatos no oeste do Pará, na região da transamazônica, na hidrelétrica do Tucuruí, no Baixo Tocantins, no Marajó etc”, conta, em conseguir esconder a excitação de ter o Partido, pela primeira vez, concorrendo em todo o território, “um maior que a Colômbia, com mais de oito milhões de habitantes”, enfatiza.