Temer recompensa líder pró-golpe com promoção na carreira

Os movimentos que foram para as ruas sob a fachada de "apartidário" ganham cores e siglas oficias após o impeachment. Desde o fim das eleições, esses movimentos surgiram convocado atos em favor do golpe com a justificativa de combater a corrupção.

Jaiton Almeida - Reprodução

Para organizar os atos, contavam com apoio dos partidos derrotados nas urnas, como o PSDB e também do PMDB. Na época, tais movimentos e as legendas negavam sus relação direta, afirmando se tratar apenas de um apoio formal.

Nas eleições municipais, lideranças "apartidárias" se candidataram justamente por legendas derrotados em 2014, o que reforça a ligação de tais movimentos com aqueles que não se conformavam com o resultado das urnas em 2014.

Agora, o governo de Michel Temer (PMDB) promoveu uma liderança do Vem Pra Rua, uma dessas organizações. Jailton Almeida, que exercia a função de carreira de analista técnico administrativo do Ministério da Integração Nacional, foi nomeado em junho pelo ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, para o cargo de confiança de coordenador-geral de participação social na gestão pública.

Durante julgamento final de Dilma Rousseff no Senado Federal, Almeida foi uma das 20 pessoas escolhidas pela acusação contra a ex-presidente para ter a oportunidade de entrar no plenário para acompanhar a sessão. Em entrevista à Folha, Almeida disse que havia saído há cerca de seis meses do Vem pra Rua.

De acordo com o governo Temer, Jailton foi escolhido porque apresenta "formação ética e moral".

"A escolha está ancorada em ativos que o colaborador possui como a formação ética e moral adequada, experiência profissional condizente e sua larga convivência com atores dos chamados movimentos sociais", diz a Secretaria de Governo em nota.