Um centenário em dez sambas

O editor do Portal Vermelho, Inácio Carvalho me sugeriu escolher dez sambas representativos do centenário do gênero. Foram muitos os critérios e o mais forte deles foram sambas que estão no meu repertório. Além do jornalismo, vivo há 17 anos cantando em rodas de samba com absoluta entrega aos ritos e ao encantamento que o samba e a roda podem produzir.  

Por Railídia Carvalho

Donga
A lista provocou um flashback na minha trajetória no samba: Conhecer a letra, a melodia, cantar um samba por longos anos, recriando-os a cada momento, te dá uma sensação de fazer parte de toda essa história, desde os primórdios. 
Os temas dos sambas também fizeram com que alguns saíssem na frente de outros. A minha ligação com São Paulo (Longe de casa), a origem do samba, do povo para o povo (Nova Escola), a poética (Peito Sangrando, Autonomia, Coração, Por que choras), a Velha-Guarda, o samba que mata a tristeza da gente (Alegria, A Alegria Continua), a ancestralidade (História da Capoeira).
E teve Encontro, do Paulinho, que é um samba que ando namorando há muitos anos. Um amor, uma utopia que de repente acontece. “…A não ser minha viola, não tenho muito na vida. Meu pobre samba é a rosa que penso te oferecer…” Estreio com esse samba em 2017.
Vamos ouvir: Nova Escola (Candeia), Autonomia (Cartola), Peito Sangrando (Wilson Moreira e Nei Lopes), Alegria (Durval Maia e Assis valente), Coração, por que choras (Dona Ivone Lara), Longe de Casa (Eduardo Gudin e Paulo Vanzolini), Encontro (Paulinho da Viola), Homenagem a Velha Guarda (Monarco), História da Capoeira (Geraldo Filme) e A Alegria continua (Noca da Portela e Mauro Duarte).