Manifestantes saem às ruas do DF contra aumento da passagem

Manifestantes que protestavam contra o aumento das passagens de ônibus no Distrito Federal ocuparam as ruas da Estrada Parque Taguatinga (EPTG), nesta terça-feira (10) uma das principais vias do Distrito Federal. Pneus foram queimados e faixas estendidas nas quais reivindicavam a gratuidade do transporte.

PM do Distrito Federal usa mais uma vez da truculência em manifestação - Agência Brasil

A manifestação durou cerca de meia hora, no horário de pico. A via foi reaberta às 8h30. "Estamos mostrando ao GDF [Governo do Distrito Federal] que essa briga tem mais participação popular e que essas pessoas estão se mostrando indignadas. Com a participação popular, acredita que consegue derrubar o aumento da tarifa e manter a gratuidade, que é um direito nosso", disse Maria Paiva Lins, uma das representantes do Movimento Passe Livre (MPL).

O governo do Distrito Federal anunciou o aumento da passagem no dia 30 de dezembro. Os preços das passagens passaram de R$ 2,25 para R$ 2,50, de R$ 3 para R$ 3,50 e de R$ 4 para R$ 5, de acordo com o trecho e o modal utilizado, a partir da última segunda-feira (2).

Segundo o governo, o ajuste é necessário para manter benefícios à população. Em 2014, o governo bancava 16,7% das passagens de transporte público no DF com gratuidade. Esse número subiu para 22%, em 2015, e para 27,8%, em 2016. A estimativa é reduzir, em 2017, cerca de R$ 180 milhões em gastos.

O presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, deputado Joe Valle (PDT), anunciou a convocação extraordinária dos deputados distritais para sessão, no próximo dia 12, para debater o decreto que reajustou as passagens.

"Essa é uma semana definitiva. A gente entende que a reunião pode vir com uma série de imposições e perda de benefícios dos idosos e pessoas com deficiência", disse Maria Lins, integrante do MPL.

Segundo integrantes do movimento, a situação só se resolve com uma mudança total do sistema de transporte público, como ele funciona e com a revogação do aumento. O movimento defende que o transporte deve ser ofertado gratuitamente a toda a população.