Zarattini e Damous pedem investigações contra Moraes e delegados da PF

O líder do PT na Câmara dos Deputados Carlos Zarattini (PT-SP) e Wadih Damous (PT-RJ) informaram que vão ingressar com representação contra o ministro licenciado da Justiça, Alexandre de Moraes, e os delegados da Polícia Federal Igor Romário de Paula e Maurício Moscardi Grillo na Comissão de Ética da Presidência da República. O objetivo é que a comissão investigue a conduta em relação ao ex-presidente Lula.

Wadih Damous - ANTONIO AUGUSTO / CÂMARA DOS DEPUTADOS

Igor Romário e Maurício Moscardi deram entrevistas à revista Veja e ao UOL em que afirmaram que a Operação Lava Jato perdeu o "timing" para prender Lula. diante da repercussão, Igor Romário de Paula disse que discordava do colega a respeito do "timing", dizendo que a prisão poderia ocorrer mais para a frente, em até 90 dias.

A postura de ambos os delegados é considerada por Zarattini e Damous como "parcial e incompatível com o exercício do munus público, ademais de deixar clara a pretensão de prendê-lo, ainda que com base em idiossincrasias".

De acordo com os parlamentares, os delegados cometeram crime de "abuso de autoridade" e "tais atitudes arbitrárias e abusivas devem ser investigadas, punidas e coibidas".

"É inadmissível que um agente de Estado se pronuncie sobre investigação ainda em curso, sob sua responsabilidade, com o claro objetivo de constranger um cidadão, em desrespeito ao direito de defesa e ao devido processo legal", diz Zarattini.

O documento sustenta ainda que houve uma omissão por parte do então ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, como chefe máximo da Polícia Federal, em relação ao caso. Moraes se licenciou do cargo nesta semana após ter sido indicado pelo presidente Michel Temer (PMDB) para ocupar a vaga no STF (Supremo Tribunal Federal) aberta após a morte de Teori Zavascki.