Temer atende pressão do PMDB e escolhe Serraglio para a Justiça

Segundo fontes do Planalto citadas pela agência Reuters, Michel Temer escolheu o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) como novo ministro da Justiça, para substituir Alexandre de Moraes, nomeado ministro na vaga do Supremo Tribunal Federal (STF).

Serraglio e Cunha - Agência Brasil

O anúncio oficial deve ser feito ainda nesta quinta-feira (23), de acordo com a agência. Já a colunista do G1, Andreia Sadi, disse que a escolha foi feita pela bancada do PMDB. A informação é do próprio Serraglio que teria afirmando que bancada se "uniu" e entendeu que o seu nome atende a um perfil técnico e político para o Ministério da Justiça.

Na entrevista, Sadi questionou o parlamentar sobre a Operação Lava Jato, ele repetiu a frase do ex-ministro do STF Carlos Velloso, que chegou a ser convidado mas recusou o posto. "Ela é intocável. É uma questão judicial", disse Serraglio.

O deputado negou que tenha sido aliado do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB) para ajudá-lo a preservar o seu mandato parlamentar. "Não fui aliado neste sentido. Os mais ferrenhos inimigos de Cunha reconheceram ao final do processo que eu fui imparcial", concluiu.

Se confirmada a escolha, a decisão de Temer é uma tentativa de se redimir com a bancada do seu partido. que estava furiosa com a escolha anterior que atendia ao PSDB, aliado no golpe. O primeiro convite oficial foi feito ao ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Velloso, amigo e advogado do senador e presidente do PSDB, Aécio Neves (MG).

A grita foi tanta, que alguns deputados peemedebistas chamaram Aécio de “traidor”. A bancada do PMDB no Congresso não gostou da ideia e reivindicava que a vaga fosse preenchida por um peemedebista. Apesar das críticas, o governo Temer ignorou os correligionários e confirmou o convite ao ex-ministro do STF, que diante da reação dos parlamentares, além da polêmica sobre seus contratos com Aécio, decidiu recusar o convite.