Moro agenda depoimento de Lula em processo do triplex

Depois de determinar a condução coercitiva, pela primeira vez, o juiz Sergio Moro convocou o ex-presidente Lula a depor em processo que investiga sobre a propriedade de um tríplex no Guarujá. Será no dia 3 de maio, às 15 horas. Lula será o único a ser ouvido nesta data. Outros seis depoimentos serão feitos entre os dias 20 e 28 de abril. A informação é do O Globo.

Moro e Lula

Em março do ano passado, Moro determinou a condução coercitiva do ex-presidente Lula para prestar depoimento sem tê-lo intimado antes. Na época, Lula afirmou que “jamais se recusaria a prestar depoimento” e que, se Sergio Moro e o Ministério Público quisessem ouvi-lo, bastava tê-lo enviado um ofício, sem necessidade de levá-lo forçadamente.

Ao cumprir o mandado, a Polícia Federal também fez busca e apreensão no Instituto Lula, na residência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de outros colaboradores e diretores do instituto, levando aparelhos de informática que continham arquivos de dados, como computadores e telefones celulares.

Foram dezenas de aparelhos, tanto pertencentes ao Instituto do Lula como a seus colaboradores. Mas não só deles. Sérgio Moro também autorizou busca e apreensão na casa de todos os filhos de Lula e dona Marisa. Moro autorizou busca e apreensão de todos os aparelhos eletrônicos com arquivos nas casas de pessoas que não têm nada a ver com a investigação posta em prática pelos policiais, que não são investigadas em procedimento policial algum.

Tanto que, entre os aparelhos apreendidos pelos policiais, estão inclusive os de noras do ex-presidente e de seus netos, menores de idade. Como o tablet de um deles, de quatro anos de idade. Não se tem conhecimento de que o garoto seja investigado por qualquer crime.

Um ano após a apreensão, nenhum dos aparelhos foi devolvido. Nenhum. Nem o tablet do garoto, que continha apenas arquivos de jogos e filmes infantis. A explicação oficial é que todos os aparelhos estão, até agora, "sob averiguação".

Os advogados responsáveis pela defesa de Lula e do presidente do Instituto, Paulo Okamotto, protocolaram ao juiz Sérgio Moro para que os aparelhos fossem finalmente devolvidos, considerando que já houve tempo hábil para averiguar os arquivos. A resposta do magistrado foi de que "esta questão deve ser tratada com a Polícia Federal". A autoridade policial responsável, por sua vez, disse apenas o que seguiu acima, que o material segue sendo averiguado.

Já o advogado de Lula, Cristiano Martins Zanin, explica que "é evidente que cabe ao juiz zelar pela restituição do material apreendido, independentemente das alegações da autoridade policial. Até porque parte dos bens apreendidos pertencem a familiares do ex-Presidente Lula que sequer foram alvo da medida e, por isso mesmo, jamais poderiam ter sido levados."