MPF insiste em estratégia de condenar Lula sem provas, diz Zanin
O advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Zanin Martins, afirmou que “as alegações finais do Ministério Público Federal (MPF) seguiram a absurda lógica do power point, quando em 2016 através desse recurso o procurador Deltan Dallagnol sem apresentar provas acusou Lula de comandar esquemas de corrupção na Petrobras. “Nas alegações finais apresentadas sobre o tríplex o MPF voltou a insistir em juízo de convicção ao invés de provas”, afirmou Zanin.
Publicado 03/06/2017 12:10
Nesta sexta-feira (2) o Ministério Público Federal entregou ao juiz Sérgio Moro as alegações finais do caso do tríplex no Guarujá (SP) pedindo a condenação de Lula e mais seis réus em regime fechado.
Segundo declaração de Zanin nas redes sociais, o MPF tem como base para a condenação “as teorias de livro de Dallagnol sobre probabilismo e expansionismo”. À página 53 do documento do MPF os procuradores afirmam que “a solução mais razoável é reconhecer a dificuldade probatória”. Na dúvida, o apartamento pertence a Lula.
Lógica power point não apresenta provas
Em inúmeras ocasiões a defesa de Lula tem apontado que nenhuma das dezenas de testemunhas ouvidas no caso apontou qualquer indício de que o presidente Lula fosse proprietário do tríplex. Também nada foi comprovado nas mais de 20 audiências.
O Ministério Público Federal acusa Lula de ter recebido o apartamento como propina em troca de favores concedidos à empreiteira OAS junto a Petrobras.
Zanin reiterou que “salvo alguma modificação, no dia 22/6 apresentaremos as alegações finais de Lula mostrando que sua inocência foi provada no caso do Triplex”.
O ex-presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, e outros executivos da construtora, também são réus acusados de lavagem de dinheiro e corrupção ativa. Segundo o MPF a pena de Leo Pinheiro e outros executivos será reduzida pela metade considerando que “espontaneamente optaram por prestar esclarecimentos relevantes acerca da responsabilidade de coautores e partícipes nos crimes, tendo em vista, ainda, que forneceram provas documentais acerca dos crimes que não estavam na posse e não eram de conhecimento das autoridades públicas".
Nas alegações os procuradores também pedem que Sergio Moro determine a apreensão de R$ 87.624.971,26, o correspondente ao valor das propinas pagas pelas OAS. Quanto a Lula, querem que seja condenado a pagar outros R$ 87 milhões em multas.
Advogado desmente Globo : Não existe pedido de prisão
O advogado do ex-presidente também desmentiu matéria do portal G1, que afirma que o MPF pediu a prisão de Lula. “Globo (G1) transforma alegações finais de MPF do caso tríplex em pedido de prisão que jamais existiu e nem poderia existir. Manipulação?