CTB denuncia terceirização na Sabesp em ato contra reformas

As paralisações desta sexta-feira em São Paulo contra as reformas da Previdência Social e Trabalhista atingiram 50 unidades da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Em ato realizado no início da manhã em São Paulo, em frente à base da empresa na represa Guarapiranga, dirigentes da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) reforçaram a importância do dia nacional de greves e paralisações.

guarapiranga protesto na base da Sabesp - greve

Adilson Araújo, presidente nacional da CTB destacou que nesta data comemora-se um marco histórico da luta dos trabalhadores, que é realização da primeira greve geral brasileira, há 100 anos.

“Naquele momento, se iniciava uma importante greve, que tem um significado de luta. Naquela ocasião, sob a liderança das mulheres, se pautava a necessidade de se contrapor a incidência elevada de assédio sexual, que predominava no interior de muitas empresas. Entre as bandeiras, elas reclamavam contra a exaustiva jornada de trabalho, os maus-tratos, o salário precário”, explicou o dirigente

“Aquilo (o alcance da greve) foi marcado por um processo de solidariedade, que exigia a libertação dos presos políticos. É lamentável que, passado o tempo, a gente vai relatando que tudo isso, conquistado a dura penas, pode fugir pelo ralo, e isso muito decorrente (…) de uma rasteira na democracia”, declarou.

O presidente recém-eleito da CTB-SP, Renê Vicente dos Santos, trabalhador do saneamento básico, relatou sobre o processo de terceirização que tem sido imposto às empresas públicas, especialmente no interior da Sabesp.

“É importante que todos saibam que o projeto de Terceirização ataca frontalmente os trabalhadores e trabalhadoras de empresas públicas. A empresa agora pode terceirizar o que ela quiser indistintamente. Nós temos que continuar travando essa luta, em defesa do saneamento público de qualidade, com mão de obra própria, qualificada, contratada através de concurso público e valorizada por um acordo coletivo decente. Nós não podemos deixar que a terceirização tome conta!”, conclamou.

Ele mencionou casos ainda mais graves em que isso se demonstrou como o das bilheterias do Metrô paulistano – que disse enxergar como “resposta imediata” do governo Alckmin à possibilidade de degradar contratos de trabalho. “Tem gente que acha que está numa redoma de vidro, mas todos serão afetados. É importante que se faça essa discussão”.

O diretor de base no Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema) Hilton Marioni dos Santos ressaltou durante o ato a importância do sindicato na formação de consciência dos trabalhadores.

“O pessoal aqui tem compreendido a luta e entendido que é algo maior que a disputa partidária. Essa questão da Reforma Trabalhista, da Reforma Previdenciária, eles enxergam como um ataque ao trabalhador, um ataque à cidadania”, explicou, elogiando os manifestantes. “Esse momento aqui é simbólico, ainda mais porque há mais 50 unidades da Sabesp paralisadas".

"Nós deixamos as equipes de emergência disponíveis para garantir o fornecimento à população, mas temos que fazer nosso protesto, dar o recado contra esse governo golpista. A nossa unidade está junta na luta!”, concluiu.