Partidos reúnem-se para debater um projeto de desenvolvimento nacional

Presidentes nacionais do PT, PCdoB, PDT e PSB e das respectivas fundações partidárias estiveram reunidas nesta terça-feira (28) na sede nacional da Fundação João Mangabeira, em Brasília, para uma oficina de trabalho que debateu um projeto de desenvolvimento para o Brasil. Cada partido expôs opiniões e sugestões para um documento conjunto, cuja síntese será apresentada em janeiro de 2018.

Luciana Santos partidos - Foto: Divulgação

O encontro, cujo objetivo era aprofundar o debate entre os partidos a respeito de base mínimas de um novo projeto de desenvolvimento para o Brasil, foi aberto com o pronunciamento das presidentas do PCdoB Luciana Santos e do PT Gleisi Hoffman, e dos presidentes do PDT Carlos Lupi e do PSB Carlos Siqueira. A senadora Gleisi Hoffmann defendeu a constituição de uma frente de esquerda em defesa da democracia e das conquistas do povo brasileiro. “Fora da política e da democracia, não há solução. Nós não podemos perder de vista que a defesa da democracia nesse país e dos direitos básicos da população depende desse campo político”, afirmou a dirigente petista.

A presidenta do PT criticou duramente a reforma trabalhista e classificou a medida como uma das “maiores violências contra o povo trabalhador brasileiro”. Para ela, é injustificável o que está sendo feito com os trabalhadores. A senadora se referiu ainda ao desmonte das garantias, dos direitos e da própria democracia brasileira e defendeu “uma frente de esquerda para eleições livres e democráticas em 2018”.

“O fato relevante aqui desse encontro é a disposição que se tem das fundações, que são ferramentas fundamentais para os partidos que nós somos, para apresentar saídas e ideias para os impasses contemporâneos do desenvolvimento nacional”, disse a presidenta do PCdoB, Luciana Santos.

“Mais do que nunca nós precisamos beber nessas fontes, é a experiência concreta que pode nos encaminhar caminhos. Estamos à disposição para poder, a partir de uma plataforma básica e de um acúmulo teórico de cada partido, fazer uma construção coletiva. Nós acreditamos muito nisso”, finalizou Luciana.

Carlos Lupi também saiu em defesa da união entre os partidos para que o Brasil tenha uma democracia sólida. “Esse grupo não pode ficar apenas nesse encontro. Tem que se aprofundar em saídas para o Brasil. Temos que ter muita lucidez, muita tranquilidade e aprender muito com o que já aconteceu no nosso passado, com falta de democracia”, afirmou.

“Hoje não se precisa de Exército na rua para uma ditadura. Nós vivemos uma ditadura de uma elite que quer retirar direitos e deter os avanços da sociedade”, completou Lupi.

Carlos Siqueira, presidente do PSB, fez uma relação entre o atual momento vivido pelo Brasil e a ditadura militar. “O momento que estamos vivendo é de tal maneira negativo para o povo, que nem mesmo na ditadura, foi tão difícil”.

Para ele, a união entre os partidos é relevante para construir uma caminhada contra o conservadorismo que a sociedade brasileira tem vivido. “A nossa luta é permanente e as futuras gerações haverão de dar sequência a essa luta”.