Justiça do RJ bloqueia site com orientação racista e misógina

A juíza Gisele Guida de Faria, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, acatou o pedido da Polícia Civil para bloquear o site Rio de Nojeira, responsável por ameaçar as administradoras da página Feminismo Sem Demagogia de ataques com ácido sulfúrico. A página também compartilha conteúdos de cunho racista e LGBTfóbico nas suas publicações.

racismo no futebol

De acordo com informações da Ponte Jornalismo, a decisão do tribunal avalia que o site possui “caráter criminoso por veicular, predominantemente, além de injúrias raciais, calúnias, difamações, tudo com nítido teor racista, homofóbico e sexista”. Por determinação da magistrada, o processo segue em segredo de Justiça.

A decisão ocorreu na mesma semana em que um processo foi aberto no Ministério Público Federal para a investigação das publicações. Ricardo Wagner, inicialmente acusado pela autoria do servidor, foi na verdade alvo do grupo criador do site. No ano passado, utilizaram seu nome para enviar ofensas à personalidades como a advogada Janaína Paschoal, ao ator Alexandre Frota e o escritor Anderson França.

O site foi retirado do ar pela Unidade de Repressão à Crimes Cibernéticos, do Serviço de Repressão à Crimes Cibernéticos da Polícia Federal. No domínio, consta que um pedido sobre informações do paradeiro do foragido responsável pelo conteúdo, denominado "GOEC". A reportagem de CartaCapital entrou em contato com a Polícia Federal para esclarecimentos, mas até a publicação da matéria não obteve resposta.  

No site constava ainda o apoio falso de órgão como a Polícia Civil do Estado de São Paulo, que em nota que já toma as providências legais sobre a utilização inadequada do logo, e que as"providências legais, inclusive de polícia judiciária, já foram determinadas pela Delegacia Geral de Polícia sobre o caso".