Manuela articula apoio internacional em defesa de Lula
Em viagem relâmpago, a pré-candidata à Presidência pelo PCdoB, Manuela D’Ávila, visitou os países do sul do continente em busca de apoio ao ex-presidente Lula. Em apenas dois dias, a gaúcha de Porto Alegre tomou mate com o ex-presidente e atual senador do Uruguai, José Pepe Mujica, cruzou o Rio da Prata e se encontrou também com a ex-presidenta e atual senadora da Argentina, Cristina Kirchner, e com a presidenta da Associação das Mães da Praça de Maio, Hebe Bonafini.
Por Mariana Serafini
Publicado 13/04/2018 12:36
Em reuniões com os líderes latino-americanos, partidos políticos e movimentos sociais de esquerda, Manuela denunciou a arbitrariedade da prisão de Lula no Brasil e pediu apoio internacional para ampliar a campanha pela libertação imediata do dirigente petista.
Durante a audiência com o atual senador do Uruguai, a deputada estadual do Rio Grande do Sul o convidou para ir à Curitiba ver de perto a situação de Lula. Mujica não titubeou, e confirmou que virá ao Brasil nos próximos dias para visitar “o amigo” Lula.
Manuela e Mujica debateram a conjuntura latino-americana tomando chimarrão, a bebida do Sul do Brasil, do Uruguai e da Argentina / Foto: Cristina Ely
Além do ex-presidente, Manuela foi recebida pelos parlamentares da Frente Ampla, a coalizão de partidos de esquerda uruguaia. Estiveram presentes na reunião Gerardo Núñez, do Partido Comunista; Luis Puig, do Partido Vitória do Povo; Roberto Chizarro, do Partido Socialista; Sebastián Sabini, Alejandro Sánchez, Margarita Libschitz e Óscar Groba, do Movimento de Participação Popular; além dos secretários dos partidos Comunista e Socialista, Mônica Xavier e Juan Castillo, respectivamente.
De acordo com o deputado comunista, Núñez, o encontro serviu para “gerar ações sólidas de solidariedade conjunta a fim de denunciar o que está acontecendo no Brasil”. Para o legislador, trata-se de uma “ruptura institucional” e por isso o país vizinho vai preparar um calendário de atividades solidárias ao povo brasileiro.
Já o socialista Chiazzaro destacou esta articulação entre os dirigentes progressistas do Brasil e do Uruguai para fortalecer a democracia aqui e ampliar as forças políticas de esquerda na região. Disse ainda que os parlamentares uruguaios estão preocupados com o momento político do Brasil.
Do outro lado do rio
Na Argentina, Manuela foi recebida por Cristina Kirchner no Instituto Pátria e por Hebe Bonafini na Associação das Mães da Praça de Maio. Nas duas reuniões, também convidou as dirigentes argentinas a visitarem Lula em Curitiba e enviarem solidariedade ao povo brasileiro, que resiste contra os retrocessos impulsionados pela direita no país.
“Se existe um templo de reflexão sobre como ditaduras podem ser cruéis, esse templo é a casa onde se encontram as Mães da praça de Maio. Ali estive com Hebe de Bonafini, organizando sua visita ao Acampamento em Curitiba e recebendo o ‘Pañuelo’ [lenço que é símbolo da luta das mães] que enviou a Lula”, disse Manuela após a reunião com a presidenta da associação de mães que lutam contra os crimes da ditadura argentina.
“Estive com Hebe e com Cristina. Elas devem ir ao Brasil, devem ir ao acampamento da resistência em Curitiba. As pessoas do Brasil e dos demais países precisam saber que Lula é um preso político”, afirmou Manuela em um ato político realizado em Buenos Aires na tarde desta quinta-feira (12).
Manuela em reunião com Hebe Bonafini / Foto: Joaquín Gracia Conde
Durante o ato, Manuela denunciou a gravidade da prisão de Lula. “Se é possível que o maior líder popular do meu país esteja preso nestas condições, isso significa que qualquer brasileiro pode ser preso, a qualquer momento, sob qualquer circunstância. A democracia no Brasil sofreu um golpe.”
Neste evento, Manuela estava acompanhada dos parlamentares Máximo Kirchner, do Partido Justicialista; Eran Jorge Kreyness, do Partido Comunista; Carlos Raimundi, do Solidariedade e Igualdade; além dos deputados nacionais Laura Alonso, Adrián Grana, Horácio Pietragalla e Carlos Gastagneto; e dos parlamentares do distrito de Buenos Aires, Lucía Portos, Lauro Grande, Miguel Funes e José Rossi, todos da La Cámpora; o Parlamento do Mercosul também marcou presença com Mário Metaza. Já os movimentos sociais presentes foram a Central de Trabalhadores da Argentina representada por Pedro Wasiejko e Adrián Basteiro; e a organização Tupac Amaru, presidida por Milagro Sala, que foi representada pelo dirigente Alejandro Coco Garfagnini.