ETA, que lutou pela separação do País Basco, anuncia seu fim

Em uma carta enviada reservadamente a líderes políticos e organizações sociais, e publicada na quarta-feira (2) por veículos da imprensa espanhola, a organização separatista basca ETA informou que "dissolveu completamente todas as suas estruturas"

ETA

O ETA (sigla de Pátria Basca e Liberdade em euskera, a língua basca), nasceu como resistência à repressão cultural da ditadura de Franco em 1959. O grupo manteve a luta armada depois da democratização da Espanha, em 1975, e em 2011 renunciou à luta armada e entregou suas armas em abril de 2017, fornecendo à Justiça francesa uma lista de seus depósitos.

"O ETA decidiu dar por terminado o seu ciclo histórico e sua função, dando fim a sua trajetória. Por isso, o ETA dissolveu completamente todas as suas estruturas e deu por terminada sua iniciativa política", diz a carta publicada. Segundo o documento, a decisão visa a "abrir um novo ciclo político" no País Basco, onde a coalizão independentista Bildu é a segunda força no Parlamento regional, atrás do conservador Partido Nacionalista Basco (PNV), que não defende a independência da região.

A carta, no entanto, adverte que a dissolução não implica na superação do "conflito que Euskal Herria (pátria basca) mantém com Espanha e com a França". O povo basco encontra-se no nordeste da Espanha e no Sudoeste da França, reivindicando portanto tais territórios.


O que foi

“A ETA, organização socialista revolucionária basca de libertação nacional, quer informar o País Basco do final da sua trajetória”, pronunciou um dos líderes mais marcantes do grupo, Josu Tenrera. “A ETA dá por concluída a sua atividade política. Não será mais um agente que manifesta posições políticas, promova iniciativas ou interaja com outros atores”, continuou Tenrera. No final, o comunicado se refere a uma “nova fase histórica”, e temrina: “A ETA surgiu neste povo e agora dissolve-se nele.” A organização desculpou-se em 2017 pelos erros cometidos durante sua trajetória: “Provocamos danos graves que não têm volta. Nós pedimos perdão a essas pessoas e a seus familiares”.

O grupo visou o separatismo e a independência do País Basco, que possuí cultura e idioma únicos e próprios. O povo basco possuí nacionalidade própria, diferente da espanhola e francesa, e assim sendo devria tornar-se um país soberano.