Mais de 100 escolas paralisadas em SP em defesa dos professores

Nesta quarta-feira (29) os professores da educação básica da rede particular de São Paulo voltaram a paralisar as atividades em defesa de direitos trabalhistas que podem ser retirados pelos proprietários dos estabelecimentos. A Convenção Coletiva com direitos consolidados há pelo menos 20 anos, como o recesso escolar de 30 dias, está sofrendo ataque dos empregadores desde a entrada em vigor da reforma trabalhista de Michel Temer.

Assembleia Sinpro dia 23 de maio paralisação dos professores da rede particular de sp - reprodução

"A reivindicação dos professores é justa e simples: Querem manter direitos construídos ao longo de há mais de 20 anos e que as escolas, por meio do seu sindicato, querem acabar. A convenção é um patrimônio que dá identidade coletiva e faz de cada professor parte de uma categoria. Como abrir mão desse direito?", diz comunicado do Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP) distribuído aos trabalhadores.

O sindicato que representa os proprietários de escolas é o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de São Paulo (Sieeesp). Após a paralisação do dia 23, houve sinalização do Sieeesp de que pode haver uma retomada nas negociações, segundo Celso Napolitano, presidente da Federação dos Professores (Fepesp), entidade que coordena a campanha salarial.

A paralisação desta quarta é a segunda e tem recebido apoio de estudantes e de pais de alunos. Na quarta-feira (23), 37 escolas e aproximadamente 3.200 professores paralisaram as aulas em defesa da preservação dos direitos trabalhistas.

Assim como na primeira paralisação, nesta manhã, foram realizadas aulas públicas, rodas de conversa e protestos, incluindo iniciativas de estudantes: alunos dos colégios Sion e Rio Branco bloquearam via nas imediações da escola.  A partir das 14h haverá assembleia na sede do sindicato e após o ato passeata, às 16h, até a avenida Paulista.

Os docentes buscam manter conquistas como 30 dias de recesso no final do ano (patrões querem reduzir para 23 dias) e duas bolsas de estudo para os filhos (redução para uma em escolas com menos de 200 alunos). Também lutam contra o fim (ou a inviabilização) da garantia semestral de salários (que regula o valor recebido em caso de demissão), das férias coletivas e a possibilidade de redução salarial, por meio de acordo individual.