Trump impõe novas tarifas de aço e alumínio contra UE, Canadá e México

A Administração norte-americana decidiu reativar as novas tarifas sobre o aço (25%) e o alumínio (10%) importado da União Europeia, México e Canadá que havia deixado em suspenso até esta sexta-feira, 1 de junho, com a finalidade de iniciar uma negociação que lhe valesse contrapartidas.

Donald Trump - Reuters

Washington impôs estes ônus em março, mas isentou temporariamente os países citados, entre outros, enquanto buscava pactuar algum tipo de limitação a suas exportações, o que não vingou. 

Wilbur Ross, secretário de Comércio, anunciou nesta quinta-feira (31) que os encargos entrarão em vigor à meia-noite. A administração Trump também colocará cotas ou limites de volume para outros países, como Brasil, Coreia do Sul, Argentina e Austrália, em vez de tarifas, disse Ross, segundo o canal CNBC.

Nesta semana Washington também deu por encerrado o cessar-fogo com a China e advertiu que as tarifas pelo valor de 50 bilhões de dólares (187 bilhões de reais) serão impostas em 15 de junho. Ainda assim. Ross viaja nesta sexta-feira a Pequim para continuar com as conversações.

Trump prometeu quando candidato travar a batalha contra o déficit comercial dos Estados Unidos, ou seja, a diferença negativa entre o que exportam e o que importam. Esse desequilíbrio alcança mais de 550 bilhões de dólares (2,05 trilhões de reais) e o magnata nova-iorquino o aponta como grande mal para o setor industrial e a classe média norte-americanos. A China, que responde pelo grosso dessa defasagem (375 bilhões de dólares, 1,4 trilhão de reais), está no centro de sua mira, mas imediatamente depois aparece a UE (151 bilhões, 560 trilhões de reais).

Com a Europa, o sistema trumpiano de abrir as negociações com reféns sobre a mesa (com tarifas sobre produtos específicos já anunciadas e em seguida congeladas) não funcionou. Bruxelas indicou que desistirá de qualquer negociação comercial com os Estados Unidos se houver novas tarifas. Além disso, já planejou a represália a Washington, uma série de encargos sobre 350 produtos – de uísque a calçados, passando por motocicletas –, cujas vendas anuais somam cerca de 6,4 bilhões (24 bilhões de dólares).

O México também avisou que dará resposta. “O México imporá medidas equivalentes a diversos produtos, como aços planos (chapa laminada quente e fria, incluindo revestidos de cobre e tubos diversos), lâmpadas, pernil e costela de porco, embutidos e preparados alimentícios, maçãs, uvas, mirtilos, diversos queijos, entre outros”, disse em um comunicado o Ministério da Economia.