Investimentos em Ciência e Tecnologia sofrem corte de 70% em oito anos

Em encontro promovido pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), nessa quinta-feira (12), na Câmara dos Deputados, entidades que atuam no setor da ciência, pesquisa, tecnologia e inovação foram unânimes quanto à situação crítica desta área hoje no Brasil.

pesquisa, ciência - agência brasil

Em 2017, o orçamento da pasta de Ciência e Tecnologia foi reduzido em 45% já no começo do ano. Em relação ao que era investido no setor há oito anos foi de quase 70%, e piorou, nos dois últimos anos, com a política de cortes do atual governo.

Durante o encontro que também comemorava os 70 anos da SBPC, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), fundada em 1900, foi citada como exemplo da importância dos investimentos na área. O coordenador de Estratégias de Integração Regional e Nacional da Fiocruz, Wilson Savino, afirma que a fundação é responsável por uma série de descobertas de doenças e vacinas que salvaram milhões de pessoas, como o mais recente, Zika vírus.

"É preciso que se diga que os investimentos na área de ciência e tecnologia são efetivamente investimentos e não gastos. O que nós estamos fazendo com os recursos recebidos, na verdade devolvemos ao país", destaca Savino.

O presidente da (SBPC), Ildeu de Castro Moreira, declarou que o Brasil dispõe de uma enorme capacidade tecnológica eficaz em diversos setores, como na agricultura, aeronáutica e no ramo petroleiro, que além de desenvolver o país, promove empregos. "Hoje, o conhecimento é uma coisa essencial pra gente fazer exportação de produtos com maior valor agregado", afirma Moreira.

Para os especialistas, o caminho para reverter o contingenciamento no setor passa pela aprovação do Projeto de Lei 5876/2016, que regulamenta a destinação de 25% do Fundo Social do pré-sal para o investimento nas áreas de ciência e tecnologia. O PL aguarda há um mês o parecer do relator da Comissão de Finanças e Tributação (CFT), deputado Eduardo Cury (PSDB-SP).