Gershon Knispel dedicou a vida ao humanismo e ao socialismo

O artista plástico Gershon Knispel morreu, aos 86 anos, no último dia 7 de setembro, em Israel. Ele foi considerado um dos maiores representantes do Realismo Socialista do mundo e deu imensuráveis contribuições à cultura brasileira durante os anos em que viveu em São Paulo.

Gershon Knispel - Divulgação

Para o vice-presidente e secretário nacional de Relações Internacionais do PCdoB, Walter Sorrentino, Knispel foi “antes de tudo um comunista. Até o fim da vida foi intransigente na defesa da paz e da solução de dois Estados – Israel e Palestina – com seus povos convivendo em harmonia. Foi crítico afiado da direita israelense por inviabilizar este processo de paz”.

De acordo com Walter, durante o período (1958 – 1964) em que o artista plástico passou no Brasil, “deu uma enorme contribuição” para a cultura brasileira ao partilhar atividades no Centro Popular de Cultura da UNE e conviveu “com os melhores nomes da cultura nacional, como Oscar Niemeyer e Gianfrancesco Guarnieri, nossos camaradas de partido, Vilanova Artigas, Jorge Amado e muitos outros. A contribuição de Gershon neste sentido é indelével”.

Knispel Nasceu na cidade de Colônia, na Alemanha, e ainda criança foi viver com seus pais em Haifa, Israel, para onde sempre voltou e morreu no último dia sete aos 86 anos. O artista plástico chegou ao Brasil em 1957 após ser selecionado em um concurso para a construção da torre da extinta TV Tupi, em São Paulo e permaneceu no país até o golpe de 1964.

A cidade de Haifa é marcada profundamente pela obra de Knispel com murais e esculturas espalhadas em todo o território. Lá ele foi professor, ativista em defesa do Estado Palestino e atuou ainda como Diretor do Departamento de Arte municipal.

As obras de Knispel costumam ser de amplas proporções onde ele sempre imprimiu a luta dos povos do mundo em defesa de uma sociedade mais justa. “Tive grande amizade e admiração por ele, que dedicou impressionante obra à sede nacional do Partido Comunista do Brasil, em 2003. Ele recebeu poemas inéditos de Bertold Brecht, doados pela viúva, que foram ilustrados em uma série de doze gravuras de grande força dramática, presentes até hoje em nossa memória. Foi algo que marcou muito a todos nós”, contou Sorrentino.

Para o dirigente nacional do PCdoB, Knispel pode ser lembrado pelo compromisso e missão que sempre teve na defesa de um mundo mais justo porque dedicou a vida “em prol do humanismo e do socialismo. Vai deixar saudades fortes”.