BNB faz bem para o Nordeste e para a Bahia

Em pleno século XXI ainda somos um país neocolonizado, com uma enorme desigualdade social e regional, uma economia dependente do rentismo, exportador de commodities. Podemos até afirmar que estamos retrocedendo para um modelo de país entreguista, submisso, dependente, ou seja, uma colônia neoliberal. Dentro dessa colônia, existe uma região abandonada e explorada por séculos. Estou me referindo ao nosso Nordeste.

Por Alan Valadares*

Banco do Nordeste

A partir do governo Lula, presenciamos maior atenção à região com elevados investimentos para impulsionar a economia, principalmente com o fortalecimento do Banco do Nordeste do Brasil. Hoje o BNB é um dos maiores bancos de desenvolvimento regional da América Latina e possui o maior programa de microcréditos par ao o setor produtivo da América do Sul. Além de contribuir para a diminuição da desigualdade regional do país, o banco alcançou ativos totais de R$ 136,5 bilhões. O mesmo passou correr o risco de ser privatizado, extinto ou fundido em outro banco. Isso demonstra como o governo Bolsonaro não se importa com a população nordestina.

A importância em defender a manutenção deste banco está intrinsicamente ligado à diminuição da desigualdade regional existente no país e ao mesmo tempo, ao desenvolvimento da região Nordeste.

A Bahia teve o maior valor contratado no ano de 2018, sendo um volume de R$ 8.078,0 bilhões. Tal fato também tem relação com o tamanho proporcional do território e das necessidades produtivas. Houve um aumento de 231% em comparação a 2017, cuja aplicação alcançou R$ 3,5 bilhões.

Em comparação ao investimento em toda região de atuação do BNB, cujo investimento foi de 43,3 bilhões em 2018, podemos afirmar que a Bahia teve grande êxito em obter aproximadamente 25% do recurso disponível.

Esses investimentos resultaram em ações que contribuem para o desenvolvimento da Bahia:

1. Financiamento à geração e transmissão de energia: parques eólicos e fotovoltaicos, linhas de transmissão (também contribuiu para a Bahia se tornar liderança no setor eólico);

2. Financiamento infraestrutura de saneamento básico (R$ 591 milhões investidos em obras de ampliação da infraestrutura de abastecimento de água de Salvador e região metropolitana)

3. Financiamento à distribuição de energia elétrica;

4. R$ 1 bilhão alocados no Agronegócio do Oeste;

5. Financiamento à Infraestrutura aeroportuária (reforma e ampliação do aeroporto de Salvador);

6. Financiamento à Infraestrutura de distribuição de gás (gasoduto)

7. Instalação do Hubine – Hub de Inovação do BNB no HUB Salvador;

8. Parcerias com FAB, FIEB, FECOMÉRCIO, etc., financiando o adensamento das cadeias produtivas;

9. Geração e manutenção de cerca de 120 mil empregos e fontes de renda no Estado.

Segundo o superintendente do BNB, José Gomes da Costa, o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) vai investir, em 2019, um total de R$23,5 bilhões no setor Rural, Comércio e Serviços, Industrial, Agroindústria e Infraestrutura. Caso se concretize, haverá um aumento significante no investimentos do banco dentro do território baiano, sendo uma diferença de 15.4 bilhões de 2018 para 2019 (quase 200% de crescimento).

Por isso a necessidade de construir uma frente ampla de variadas correntes de pensamento e constituída por empresários, deputado(a)s estaduais e federais, o governo, os poderes executivos e legislativos municipais, o movimento sindical, intelectuais, professores, enfim, toda sociedade. É preciso legitimar o nosso orgulho de ser nordestino com a luta pelo nosso desenvolvimento econômico e social. E essa luta passa por defender o BNB junto com o Consórcio de Governadores do Nordeste.

Precisamos ganhar a sociedade de que não há solução para o Brasil sem acabar com a desigualdade regional e sem inserir a região nordestina na rota dos investimentos com o fortalecimento do sistema financeiro público e das instituições regionais como o BNB.

Por fim, vale a frase do documento elaborado pela AFBNB em 2014, denominado “Nordeste – sem ele não há solução para o Brasil”.

* Alan Valadares é graduado no Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades da UFBA, diretor Executivo da Escola de Formação Loreta Valadares, assessor da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe e membro da Direção Municipal do PCdoB de Salvador.