Tabela do IR não tem correção e cidadão vai pagar mais imposto

Uma das promessas de campanha de Jair Bolsonaro era isentar do pagamento do Imposto de Renda quem ganha até cinco salários mínimos.

Ao não corrigir tabela, Bolsonaro descumpre promessa

As regras para o Imposto de Renda 2020 já estão disponíveis no site da Receita Federal. A tabela não sofreu correção pelo índice de inflação de 2019.

Segundo estudo divulgado pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco), de 1996 a 2019 a tabela acumula defasagem de 103,87%. Segundo o mesmo estudo, o que o governo perderia em arrecadação com a correção poderia ser compensado com a instituição da tributação sobre lucros e dividendos e do imposto sobre grandes fortunas.

Pela tabela deste ano, quem ganha até R$ 1.903,38 está isento de cobrança. Caso a tabela fosse corrigida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a faixa de isenção passaria para R$ 3.881. Na prática, com a não correção, os brasileiros pagam mais imposto.

Em 2020, quem teve rendimentos entre R$ 1.903,39 e R$ 2.826,65 em 2019 será taxado em 7,5%. Os que receberam entre R$ 2.826,66 e R$ 3.751,05 pagarão 15%. Os brasileiros que ganharam entre R$ 3.751,06 e R$ 4.664,68 pagarão alíquota de 22,5%. Por fim, quem tem renda acima R$ 4.664,68 pagará 27,5%.

Uma das promessas de campanha de Jair Bolsonaro era isentar do pagamento do Imposto de Renda quem ganha até cinco salários mínimos. Ele também prometeu não aumentar impostos. Ao não corrigir a tabela pelo segundo ano consecutivo, Jair descumpre as duas promessas.

A última vez que a tabela sofreu alguma correção foi em 2015, quando a então presidenta Dilma Rousseff estabeleceu reajuste, em média, de 5,6% nas faixas salariais de cálculo do IR.

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