Reprovação à Bolsonaro cresce e atinge 40%, aponta Datafolha

Números são próximos ao pior momento do governo, mas maioria ainda não quer impeachment do presidente.

Foto: Arquivo AFP

A pesquisa do Datafolha, realizada nos dias 20 e 21 de janeiro e divulgada nesta sexta-feira (22), indicou que a reprovação ao governo de Jair Bolsonaro aumentou e voltou a superar a aprovação.

O presidente é avaliado como ruim ou péssimo por 40%. Na última edição da pesquisa, no começo de dezembro, a taxa era de 32%. O número relativo de pessoas que o consideram bom ou ótimo recuou de 37% no ano passado para 31% no novo levantamento. Essa é a maior queda de aprovação de Bolsonaro desde o começo do governo.

A variação na avaliação como regular do governo não sofreu alteração acentuada, passando de 29% em dezembro de 2020 para 26% na pesquisa de janeiro de 2021, mantendo-se dentro da margem de erro.

O levantamento foi feito por telefone e ouviu 2.030 pessoas em todo o Brasil.

Fonte: Datafolha

Impeachment

O Datafolha também perguntou aos entrevistados sobre o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. A pesquisa apontou que 53% dos entrevistados não querem a saída do governante, enquanto 42% são favoráveis.

No levantamento anterior, realizado em maio, a 50% eram contrário ao impeachment e 46% queriam ver Bolsonaro fora do cargo.

Fonte: Datafolha / 21 de jan. de 2021

Principais motivos para queda de popularidade

Os números são próximos aos observados no pior momento do governo Bolsonaro, em junho do ano passado, quando registrou 44% de rejeição e 32% de aprovação.

Após o período de turbulência com outros poderes, o auxílio emergencial e uma queda no número de mortes por coronavírus ajudaram o presidente recuperar o prestígio.

Nos últimos dois meses, desde a última pesquisa, a pandemia recrudesceu e o número de mortes subiu vertiginosamente. O fim do auxílio emergencial, a crise em Manaus (AM), o fechamento de fábricas e o fracasso com a vacina são outros fatores que contribuíram para a queda de popularidade de Bolsonaro.

Em relação à confiabilidade no presidente, 41% nunca confiam no que Bolsonaro diz, 38% às vezes levam a palavra dele em consideração e apenas 19% acredita em tudo que é dito.

Para corroborar a influência do fim do auxílio emergencial e da crise em Manaus na pesquisa, o corte geográfico da pesquisa mostra que a rejeição à Bolsonaro passou de 34% para 43% no Nordeste, região que historicamente possui mais pessoas dependentes do assistencialismo federal. No Norte, a queda foi ainda maior. A aprovação caiu de 47% em dezembro para 36% nesta edição.  

Com informações de Folha de S.Paulo

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