Manuela d’Ávila fala sobre perversidade do machismo na política

O machismo é um dos fatores que distanciam a mulher da política, diz a ex-deputada

Foto: Facebook de Manuela d'Ávila

Manuela d’Ávila, a jornalista e ex-deputada do PCdoB, fala ao portal Universa, sobre o enfrentamento ao machismo e à misoginia na política, os ataques que sofreu especialmente nas últimas eleições e o livro que organizou, “Sempre foi sobre nós – relatos da violência política de gênero no Brasil”. A publicação traz depoimentos de mulheres sobre suas experiências pessoais no meio político, entre elas a ex-presidenta Dilma Rousseff, e será lançado em 8 de março, Dia Internacional da Mulher.

Manuela avalia que a violência política “é um sistema de diversas ações, verbais, físicas, psicológicas, que agridem as mulheres que estão na política e tentam, de um lado, minar a credibilidade delas e, de outro, fazer com que não continuem na carreira ou nem comecem”.

A diferença, explica, é que “os homens não são submetidos a ataques que versam sobre sua intimidade, privacidade. Eles são atacados no máximo em relação à sua integridade em ser honesto ou corrupto, aí é disputa política mesmo. Mulheres são agredidas pela sua aparência, por seus relacionamentos”.

Manuela explica que o machismo é um dos fatores que distanciam a mulher da política. “Das coisas que mais me doem é ouvir de mulheres que sou forte, que seguro o tranco. Dizem: ‘Eu não aguentaria’. Mas quando falam isso, significa que não estariam no meu lugar, ou seja, que não entrariam na política. É esse o efeito”.

A ex-deputada acredita que este é o pior momento para as mulheres na política e defende medidas como a aprovação de uma lei contra a violência de gênero, conforme recomenda a ONU.

O livro “Sempre foi sobre nós – relatos da violência política de gênero no Brasil”, pode ser adquirido no site https://www.esefossevc.com.br/

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