Vítima da Covid-19, feminista Lúcia Rocha recebe homenagens do PCdoB

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Militante histórica do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Maria Lúcia Santos Rocha, Lucinha, como era conhecida, faleceu nesta segunda-feira (15), em João Pessoa (PB), em decorrência da Covid-19.

Ao lado de suas irmãs, Liège, Ana e Léa Rocha, Lucinha se dedicou à luta feminista. Nordestina, Lucia nasceu em Teresina, no Piauí, viveu na Bahia onde cursou a Faculdade de História na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e militou no movimento estudantil. Na mesma época se filiou ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), partido pelo qual dedicou uma vida inteira.

O Comitê Estadual do PCdoB na Bahia lamentou profundamente a morte da militante. “Apesar de morar atualmente na Paraíba, ela estudou na Bahia e militou no Partido do estado, no período da ditadura militar (1964-1985), quando integrou os movimentos de resistência”, destacou a nota da direção.

Lucia viveu um longo período na clandestinidade e adotou diferentes nomes, para se proteger da ditadura militar, com o fim do período, continuou sua trajetória militando nos movimentos comunitários, sindical, na luta pelo socialismo e pelo fortalecimento da democracia.

Militante dedicada à causa feminista, foi uma das responsáveis pela criação da União Brasileira de Mulheres (UBM)”, completou a nota do PCdoB Paraibano.

“Lúcia Rocha, sinônimo de luta”

Em luto, a UBM, por sua vez, publicou nota de pesar pela perda da militante. “Você se vai Lucia, mas deixa conosco seu exemplo de fé na luta, firmeza e afeto. Seguiremos buscando chegar até onde Loreta, você, Fátima, Gilse e tantas outras feministas não puderam chegar. Se não chegarmos, outras chegarão, até que sejamos livres!”, diz o comunicado publicado nas redes sociais.

Lucia ocupou postos de comando no PCdoB paraibano e na clandestinidade usou cognomes como Carmem, Socorro, Teresa, Cristina, Maria de Lourdes, Sofia ou Marcilene para se proteger da repressão, durante a ditadura militar.

Militantes do PCdoB e de movimentos sociais por todo o Brasil lamentam a perda da ativista que sempre esteve presente em atos e manifestações em defesa da democracia, pelos direitos das mulheres e pela liberdade.

Da direção do PCdoB nacional, o jornalista Altamiro Borges contou que “Lúcia era – é – uma belíssima figura, uma grande camarada, uma lutadora. Lamentável. Muito triste. Total solidariedade à família”, escreveu.

O presidente estadual do PCdoB Pernambuco, Marcelino Granja também lamentou e solidarizou com a família e amigos da militante: “Nossa solidariedade, abraço afetuoso e forte aos camaradas da Paraíba, a Ana e Liège. Quando entrei no Partido em 1980, aqui estava entre nós de Pernambuco a querida Marilú, que acolhia nós jovens militantes como filhos e de forma entusiasmada. Marilú, presente!”, declarou.

Da direção do PCdoB de São Paulo, André Bezerra enviou mensagem de forte abraço de solidariedade e profundo pesar pela morte da camarada Lucia Rocha. “Estive várias vezes em reuniões de direção na PB e em conversas em que ela estava presente e sempre muito firme política e ideologicamente ao partido, e falava sempre com a força de uma história de vida dedicada à luta pela revolução e pelo socialismo. Estará sempre nas nossas memórias de mulher combativa. Seu exemplo e dedicação contribuirá como sementes que crescerão em muitas outras lutadoras e lutadores”.

A secretária de Política para as Mulheres da Bahia, Julieta Palmeira, escreveu também sobre a militante: “Maria Lucia Santos Rocha. Foi Carmem, Socorro, Teresa, Cristina, Maria de Lourdes, Sofia, Marcilene para resistir na clandestinidade durante os períodos da repressão da ditadura. Os vários nomes femininos que teve que assumir revela a trajetória de militante por um Brasil democrático e socialista. Lucia deu grandes contribuições ao partido com sua militância dedicada. Foi uma feminista e contribuiu para a construção da UBM. Mais uma de nós que se vai. Lucinha, presente!”

Cely Andrade lamentou a perda em suas redes sociais. “O mundo feminista está de luto!”. “Nós, Lucia, continuaremos na luta contra esse genocida que negou a vacina. Perdemos em um pequeno espaço de tempo, tantas pessoas queridas. Todas essas mortes estão no colo desse governo genocida”, lamentou. “Sentiremos saudade de você! Continuaremos nas trincheiras de luta contra esse serial Killer, por você e por todos e todas que esse vírus infeliz tirou de nós”, proferiu.

“A morte de Lúcia Rocha, dirigente do PCdoB na Paraíba, é de uma tristeza profunda. Lúcia poderia se chamar generosidade, altivez e trabalho”, afirmou a socióloga Nágyla Drumond, integrante da UBM e do Comitê Central do PCdoB.

Nesta terça-feira, 16 de março, Lucinha faria 75 anos de nascimento.

Do Portal PCdoB

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