Todo apoio à Dilma

A presidente Dilma Rousseff, que se mantém em luta contra o golpe que a afastou da Presidência, merece todo o apoio das forças democráticas brasileiras.

O apoio é mais importante, essencial, decisivo, justo no momento em que se expõe a público a conversa entre o (ainda) senador Romero Jucá e o ex-senador Sérgio Machado. Conversa que colocou à mostra as vísceras do golpe, articulado e desencadeado por uma quadrilha de corruptos para livrar-se de processos por corrupção e, eventualmente, da cadeia.

Obviamente, o “impeachment” em curso não foi motivado apenas pela conveniência dessa súcia. Houve outros interesses em jogo. Mas este foi o mais escandaloso, o mais rasteiro.

Parece que o ex-senador Sérgio Machado possui pelo menos outras dez gravações envolvendo vários dos bandidos guindados ao governo por Michael Temer. Então, poderemos ver mais sujeira vazar.

Unidade e luta

Como salientei em artigo anterior (“Democracia, o centro da tática”), “para a esquerda e as demais forças democráticas e progressistas, […] o essencial, o irrenunciável, o que une a todos na atual (e dramática) circunstância política é a defesa da democracia. É o centro da tática, para usar uma expressão própria da política. E a defesa da democracia significa, neste momento, precisamente a defesa da inviolabilidade do mandato presidencial”.

Na atual circunstância política brasileira, em que a presidente foi temporariamente afastada das suas funções, a defesa da democracia inclui a condenação firme, resoluta, do governo provisório de Michael Temer. Tanto do governo em si, por ilegítimo, quanto das medidas de retrocesso que vem tomando. Este é o centro da tática: os movimentos da sociedade, com ênfase na luta de ideias, articulados com forte atuação no Senado Federal e outras esferas institucionais, todos voltados ao objetivo central, qual seja, a vigorosa denúncia do golpe (agora facilitada por Romero Jucá), o combate ao governo provisório e a luta pelo retorno de Dilma Rousseff à Presidência da República.

Não cabem, a meu ver, outras soluções. A tática, afinal, ainda que procure responder a vários aspectos de um dado cenário politico, gira em torno de um centro, ou seja, mira a contradição principal do momento. Qualquer outro objetivo que se coloque, a despeito das boas intenções de quem o faça, violará o centro da tática, comprometendo desse modo a imprescindível unidade das forças populares e o sucesso da luta anti-golpista.

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