3 milhões de franceses vão às ruas contra lei antitrabalhista

De acordo com os trabalhadores e estudantes da França, pelo menos três milhões de pessoas, 700.000 delas em Paris, saíram às ruas da França nesta terça-feira para exigir do governo a anulação do projeto de Contrato de Primeiro Emprego (CPE). “A mobilizaçã

Pelo menos três milhões de pessoas, 700.000 delas em Paris, saíram às ruas da França nesta terça-feira para exigir do governo a anulação do projeto de Contrato de Primeiro Emprego (CPE). "A mobilização de hoje é comparável a de 28 de março", comemorou Bernard Thibault, secretário-geral do principal sindicato francês, CGT.

Há uma semana cerca de 3 milhões de pessoas também saíram às ruas para protestar contra o contrato de trabalho para menores de 26 anos. Apesar das modificações feitas pelo presidente Jacques Chirac, que reformulou a lei na última semana para tentar diminuir a pressão contrária ao projeto, os sindicatos desejam apenas a revogação da medida trabalhista, aprovada por lei, que segundo os mesmo só aumentará a precariedade das condições de trabalho dos jovens.

A polícia francesa mobilizou cerca de 4.000 policiais. Em manifestações anteriores, a polícia utilizou gás lacrimogêneo e jatos d'água para reprimir os manifestantes. Na manhã desta terça-feira, o transporte público funcionou grandes problemas, mas à tarde ficou paralisado. A circulação do metrô de Paris e de cidades como Lille (norte) foi pouco afetada.

Segundo o "Le Monde", mais de 250 mil pessoas se manifestam em Marselha, no sul do país. Em Nantes, entre 52 mil manifestantes — segundo a polícia — e 75 mil — segundo os sindicatos — participam dos protestos.

Em Bordeaux, 115 mil foram às ruas, segundo os organizadores, e 45 mil segundo a polícia francesa. Em Grenoble, as manifestações reúnem 28 mil, de acordo com a polícia, e 60 mil de acordo com a organização.

Apesar dos protestos contra a implantação do CPE (Contrato do Primeiro Emprego), a lei entrou em vigor neste domingo, após ter sido publicada no Diário Oficial da França.

O presidente francês, Jacques Chirac, cumpriu sua ameaça de que sancionaria a nova lei trabalhista, apesar da rejeição por parte da maioria dos franceses e de quase dois meses de grandes manifestações. Chirac aconselhou ao governo do premiê Dominique de Villepin que tente rever os pontos mais criticados da lei , para dividir os manifestantes.

A lei antitrabalhista precariza o trabalho de pessoas com menos de 26 anos, permitindo ao empregador demiti-las sem justificativa até dois anos depois de contratá-las. Essa característica revolta a maioria dos jovens, que temem se tornarem trabalhadores de segunda categoria com a entrada em vigor da nova lei.

A controvérsia ocorre antes das eleições no país, previstas para 2007. Pesquisas apontam que a popularidade de Villepin está em queda, e a oposição afirma que irá revogar a nova lei caso vença as eleições.

Com agências internacionais