França vive hoje seu quinto dia de passeatas contra o CPE

Os sindicatos e entidades estudantis da França convocaram para esta terça-feira (4) mais um dia nacional de passeatas, o quinto em dois meses. O objetivo é forçar a revogação da lei de flexibilização de direitos trabalhistas conhecida como CPE – Código do

Uma semana depois, a onda de mobilizações tem vantagens suplementares. Conseguiu paralisar e dividir o bloco de direita que sustenta o governo do primeiro ministro Dominique de Villepin. O líder parlamentar do bloco governista (UMP), Nicolas Sarkozy, um rival declarado de Villepin, passou a disparar contra Villepin e fez aprovar na bancada uma proposta de “diálogo sem tabu”.
Já a frente anti-CPE permanece unida e com o moral elevado, depois de ter empreendido as maiores manifestações de rua dos últimos 30 anos na França. Nesta terça-feira, estão previstas passeatas em 150 cidades ao longo de todo o país. Os líderes do movimento se recusam a abrir negociações enquanto a lei estiver em vigor – ela foi promulgada na sexta-feira pelo presidente Jacques Chirac, mas está com seus efeitos suspensos – e acreditam que hoje pode ser o dia do golpe de morte no CPE.
Um dia decisivo
Analistas atentos do movimento de massas no país acreditam que os protestos da semana passada ainda não representaram o auge da onda de lutas. Caso o dia nacional de hoje tenha menos participantes, pode haver uma tendência para aceitar o aceno de Sarkozy e sentar à mesa de negociações; já será uma meia-vitória. Porém se os números forem maiores, e dependendo de quanto, pode ser a vitória decisiva, já que o projeto é hostilizado pela maioria dos franceses (60%), conforme as pesquisas de opinião.
Afora o número, dizem os analistas, outro elemento-chave será o “tom” das manifestações. Os líderes do movimento insistem em rejeitar qualquer ufanismo. “O CPE não está morto. Pode até ser objeto de contratos de trabalho desde esta manhã”, advertia ontem Bernard Thibault, secretário-geral da CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores), a maior das centrais sindicais francesas. Ela e suas congêneres (CFDT, CGC, FO e CFTC), unidas nesta campanha, estão convocando suas bases a realizar paralisações em diversas categorias, do setor público e do privado, “para permitir que os assalariados se engajem nesta jornada”.
Com informações do
jornal francês Libération