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Pressão sobre Thomaz Bastos é criticada até por setores pró-oposição

A pressão dos oposicionistas sobre o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, foi interpretada como uma atitude exagerada e irresponsável por lideranças políticas de diversos partidos.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), apresentou requerimento na segunda-feira convocando o ministro da Justiça para falar no plenário do Senado sobre a quebra ilegal de sigilo do caseiro Francenildo dos Santos Costa. O PPS também apresentou requerimento na Mesa da Câmara para ouvir Bastos. Os requerimentos precisam ser aprovados agora pelo plenário.

 

 

Ontem, o requerimento não foi votado no Senado e na avaliação do governo deve ser arquivado. As votações no plenário foram suspensas exatamente em sinal de luto pela morte da mãe do líder tucano Arthur Virgílio.

 

 

Não há previsão de que o requerimento seja votado nas próximas sessões, até porque há sete medidas provisórias com prioridade na pauta do plenário. "Não acredito que a oposição insista neste requerimento, porque ele é descabido", disse o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP).

 

 

Já o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), vai consultar os líderes partidários antes de decidir se coloca em votação o pedido de convocação do ministro. Rebelo afirmou que pretende reunir os líderes nesta semana e que é necessário analisar, porque há vários requerimentos de convocação de ministros entregues à mesa.

 

 

Aldo, porém, acha desnecessária a convocação. Ele disse que Bastos é "um advogado respeitado, não só profissionalmente, e um ministro que angariou respeito político de toda a população".

 

 O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, também saiu em defesa de Thomaz Bastos. Afirmou que não há fato nem indício de participação do ministro na violação do sigilo bancário do caseiro e assegurou que o presidente tem total confiança nele. Ressaltou que a Polícia Federal tem feito todas as investigações necessárias com total independência.

O presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB), informou que deve ser votado nesta quarta-feira na comissão o requerimento para a convocação dos dois assessores do ministro e pode avaliar a convocação do próprio ministro.

 

 O próprio relator da comissão, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), explicou que há divergências sobre o assunto na oposição. O senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) já disse que apoiaria um convite ao ministro da Justiça para que ele fosse ao plenário do Senado tratar do episódio, mas disse ser contra sua convocação para prestar depoimento na CPI.

 

Até mesmo agentes da imprensa pró-oposição, como o jornalista Jânio de Freitas, da Folha de S. Paulo, criticaram o açodamento da oposição. Em artigo intitulado “Azares da sorte”, Freitas avalia que o chamado de dois assessores do Ministério da Justiça por Antonio Palocci “foi atendido, obviamente, por então se tratar do ministro da Fazenda”. “Atribuir a essa obrigação o sentido de "envolvimento" do ministro Márcio Thomaz Bastos na quebra de sigilo de Francenildo Costa, ou mesmo "envolvimento" dos assessores, em bom português é o que se chama de palhaçada. Mas, em termos pessoais e políticos, a atitude do deputado José Carlos Aleluia e outros oposicionistas é uma leviandade e um ato irresponsável.

 

 

“A fácil disposição com que os oposicionistas avançam falsas verdades e acusações -o que vêm fazendo desde as sessões da CPI- parece não distinguir entre autores. Propala o senador Álvaro Dias, por exemplo, estar "claro que a violação do sigilo do caseiro foi uma decisão política do governo". Só pode estar claro em deduções apressadinhas ou oportunistas. O jogo político e eleitoral não dispensa o respeito, por mínimo que seja, aos fatos e apreciações passados à informação dos eleitores”, afirma Jânio de Freitas.

 

 

”A sorte tem dado à oposição o que, sozinhos, os oposicionistas não teriam competência de encontrar. Eles mais se desgastam do que aproveitam o presente.”, conclui o jornalista.

 

 

Da redação,
com informações das agências