Romano Prodi confirma intenção de retirar tropas do Iraque

A retirada das tropas italianas do Iraque, até ao final de 2006, será um fato. "O atual Governo já anunciou a retirada de tropas antes do final de 2006 e nós formaremos o nosso Governo dentro de dois meses. Portanto, respeitaremos os com

A retirada das tropas italianas do Iraque, até ao final de 2006, será um fato. "O atual Governo já anunciou a retirada de tropas antes do final de 2006 e nós formaremos o nosso Governo dentro de dois meses. Portanto, respeitaremos os compromissos e confirmamos a data", disse o dirigente da União de Esquerda, Romano Prodi, vencedor das recentes eleições legislativas em Itália.

As palavras do futuro primeiro-ministro foram proferidas durante uma entrevista concedida ontem a Gad Lerner, do canal privado de televisão italiano "La7" (também conhecido como "o sétimo canal").

Recorda-se que, durante a campanha eleitoral, Romano Prodi afirmou que a retirada das tropas italianas do Iraque seria realizada num prazo que satisfaça as "necessidades técnicas" e após consulta prévia às autoridades iraquianas.

"Com a aparente derrota de Berlusconi, o presidente Bush perde um firme aliado na Europa em relação ao Oriente Médio ", escrevia anteontem o jornal "Washington Post", salientando que a guerra no Iraque não tinha sido tema relevante durante a campanha eleitoral em Itália pelo fato de Silvio Berlusconi já ter anunciado, em Janeiro passado, que, até ao final de 2006, seriam retirados cerca de 2900 homens do contingente italiano destacado no Iraque.

Ao anunciar a intenção de retirada, Romano Prodi afirmou também, durante a campanha eleitoral, que a Itália continua a ser um aliado dos Estados Unidos da América (EUA), independentemente das divergências sobre "a guerra errônea" que flagela o Iraque. Aliás, o "Washington Post", citando Carl Mershon, professor na Universidade da Virgínia e especialista em assuntos italianos, recorda que a Itália é aliada dos EUA desde a década de 1940 e que Romano Prodi – que já tinha sido primeiro ministro no período 1996-1998 – manteve essa linha de conduta. Por sua vez, Sylvie Lanteaume, correspondente da agência France-Presse em Washington, escrevia ontem que, "oficialmente, os EUA não intervieram na campanha eleitoral italiana, mas, por ocasião da última visita de Silvio Berlusconi ao Estados Unidos, em Fevereiro passado, o presidente Bush manifestou-lhe apoio".

Relativamente à guerra do Iraque, a France-Presse recorda também que George W. Bush já tinha perdido dois aliados, em 2004, quando José Maria Aznar perdeu as eleições depois dos atentados terroristas em Madrid, e quando Durão Barroso deixou o Governo para assumir a presidência da Comissão Europeia.

"Só o senhor Blair se mantém fiel entre os fiéis. Todavia, a sua popularidade está em queda livre e, segundo uma recente sondagem, 57% dos britânicos entendem que ele deve deixar o poder antes do fim deste ano", diz Sylvie Lanteaume.

Fonte: Jornal de Notícias