Dirigentes da CSC apresentam propostas de resoluções

Gênero, etnia, juventude e formação são os temas, além da proposta de resolução política, que foram debatidos na tarde de terça-feira (18) no 6º Encontro da Corrente Sindical Classista

A proposta de resolução sobre questão de gênero foi apresentada pela dirigente nacional da CSC, Raquel Guisoni. Baseada na idéia de que uma sociedade socialista deve ser o norte para a solução de todo tipo de discriminação, o documento da CSC ressalta que, apesar dos avanços obtidos, é preciso ir além. “Defensora da construção de uma sociedade socialista, a CSC também luta pela emancipação das mulheres”, diz o texto. “As mulheres brasileiras vão construindo a história na luta cotidiana, junto com os homens, rompendo as cadeias de dominação e enfrentando o peso secular da exploração social, política, econômica, cultural e familiar”, afirma a proposta de resolução.

O tema “etnia” foi apresentado por Roque da Conceição (Tarugo), dirigente nacional da CSC – bastante aplaudido pelo plenário. “Em momentos de crise econômica, surge o racismo como instrumento de competição e exclusão, ou seja, na ocupação dos postos de trabalho o critério ‘boa aparência’, apesar de subliminar, entra em voga”, diz um trecho da proposta de resolução. Com base em números do PNAD/IBGE, o documento afirma que em 2001 os negros participavam do mercado de trabalho com uma qualidade, quantidade e salário “nitidamente inferior aos brancos”.

Juventude e formação

A proposta de resolução sobre a questão da juventude trabalhadora foi apresentada pelo jovem metalúrgico Leandro Gomes, dirigente estadual da CSC em Minas Gerais. Além dos números assustadores, o texto informa que o projeto neoliberal fez valer seus efeitos principalmente entre os jovens. A proposta de resolução cita uma pesquisa da Fundação Perseu Abramo que aponta uma forte predileção da juventude pelo individualismo. “O conceito de juventude é uma construção sócio-cultural que não pode se restringir a uma mera delimitação de política para a juventude”, afirma o texto. “Esta deve servir apenas como um dos parâmetros balizadores para a definição de políticas para a juventude”, diz o documento.

Sobre a formação, falou Augusto Petta, dirigente nacional da CSC. A proposta de resolução destaca a fundação do Centro de Estudos Sindicais (CES) como uma iniciativa de importância singular. “Este grupo (que fundou o CES) entendia a importância da formação política e sindical e, portanto, da luta ideológica no enfrentamento às idéias das classes dominantes”, afirma o texto. A proposta ressalta que nem as “enormes dificuldades financeiras” foram obstáculos para o CES cumprir o papel “que lhe cabe”. “Com a fundação da CSC em 1988 e o seu desenvolvimento, e com o apoio oferecido por seus membros, o CES ganhou novo alento para desenvolver suas atividades”, afirma a poposta de resolução. Houve ainda uma intervenção especial de David Wylkerson, secretário-geral da Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura (Contag), sobre a atuação sindical no campo.

De Aracaju,
Osvaldo Bertolino